Nesta quinta-feira (09/01), trabalhadores de fast food da região de Hamburgo, na Alemanha, organizados pelo sindicato NGG (Gewerkschaft Nahrung-Genuss-Gaststätten), realizarão uma paralisação em defesa de um salário mínimo de €15 por hora. Atualmente, esses trabalhadores recebem €12 por hora, valor que, segundo o sindicato, é insuficiente para garantir uma vida digna no país.
A reivindicação não é apenas sobre um aumento salarial, mas também sobre a valorização do trabalho e a garantia de condições justas e humanas para esses profissionais. A NGG, que é o sindicato mais antigo da Alemanha e representa cerca de 200.000 trabalhadores dos setores de alimentos, bebidas, tabaco, hotéis e catering, mobiliza essa luta por melhores condições de trabalho e remuneração.
Solidariedade Global
No Brasil, as maiores centrais sindicais — CUT, Força Sindical e UGT — uniram forças para apoiar a mobilização dos trabalhadores alemães. Para Rafael Guerra, representante da SEIU (Service Employees International Union) no Brasil e organizador da campanha #SemDireitosNãoÉLegal, o impacto dessa luta transcende fronteiras.
“As empresas são globais, e os direitos também devem ser. Se os trabalhadores na Alemanha perdem direitos, essa prática pode se espalhar e afetar outras regiões, como o Brasil. Por isso, é essencial que a solidariedade entre os trabalhadores seja global, para fortalecer a luta contra essas práticas abusivas,” afirma Rafael.
Além disso, os sindicatos brasileiros estão incentivando a produção de vídeos e mensagens de apoio aos trabalhadores alemães, destacando que a cooperação internacional é essencial para garantir conquistas. Essa campanha de solidariedade visa reforçar que o respeito aos trabalhadores deve ser uma prioridade em todo o mundo.
Por que €15 por hora?
De acordo com o NGG, €15 por hora é o valor mínimo necessário para garantir a subsistência no país. A paralisação em Hamburgo pretende chamar atenção para a necessidade de empresas multinacionais oferecerem condições de trabalho e salários que respeitem as necessidades básicas dos trabalhadores.
Os sindicatos brasileiros, que frequentemente enfrentam desafios semelhantes em relação aos direitos dos trabalhadores de fast food, consideram essa mobilização inspiradora. Segundo o NGG, essa luta é essencial não apenas para os trabalhadores alemães, mas como um marco de resistência para profissionais do setor em outros países.
“Trabalhadores de fast food em qualquer lugar do mundo enfrentam condições difíceis. Ver o apoio vindo do Brasil dá aos nossos membros a sensação de que não estão sozinhos,” afirmou um porta-voz do NGG.
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