Após suspender a emissão de bilhetes de viagens, foi aberto um novo capítulo da crise pela qual passa a empresa 123milhas. Agora, por demitir funcionários da sede da empresa, em Belo Horizonte/MG.
Numa lista que circula no LinkedIn constam 84 nomes de pessoas demitidas que pertenciam a várias áreas da empresa, como “recompra”, “Promo” e “emissão”.
Funcionários relatam que foram “pegos de surpresa” e que a demissão tem a ver com a situação complexa que a comercializadora de produtos turísticos se encontra.
123milhas demite trabalhadores: Posicionamento da empresa
Em nota, a 123milhas informou que está iniciando o plano de reestruturação interna, com o intuito de reduzir o tamanho da equipe para se adequar ao novo contexto da empresa no mercado.
“Essa difícil decisão faz parte das medidas para mitigar os efeitos da forte diminuição das vendas. A empresa está trabalhando para, progressivamente, estabilizar sua condição financeira”, disse em nota.
123milhas demite trabalhadores: Histórico
Fundada em 2017, a empresa atravessa uma grande crise, que iniciou em 18 de agosto, ao anunciar a suspensão de pacotes e bilhetes dos seus clientes da linha promocional com viagens entre setembro e dezembro.
Com milhares de reclamações registradas em órgãos de defesa do consumidor, a empresa entrou na mira das autoridades.
Elas cobram o reembolso dos clientes afetados pela suspensão das viagens em dinheiro – opção que não foi dada pela empresa.
A 123 Milhas ofereceu vouchers como única opção de reembolso, o que contraria o que diz o Código de Defesa do Consumidor.
Na mira
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, avalia a abertura de um processo administrativo e até mesmo a aplicação de multa contra a 123Milhas caso a empresa não devolva o dinheiro de consumidores.
Se confirmada, a multa pode chegar a R$ 13 milhões.
Já Ministério Público do Estado de São Paulo instaurou um inquérito para investigar a suspensão da emissão de viagens aos consumidores.
O procedimento, aberto pela Promotoria de Justiça do Consumidor da Capital, deu 15 dias para que a companhia preste esclarecimentos sobre a medida.
Na quarta (23), a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) ingressou com uma Ação Civil Pública contra a 123Milhas Viagens e Turismo e sua sócia Novum Investimentos Participações.
A Defensoria Pública da Paraíba também ingressou com uma ação similar contra a empresa.
Determinações judiciais
Um juiz da 3ª Vara Empresarial da Capital do RJ, determinou que a 123Milhas apresente em cinco dias garantias para o ressarcimento dos consumidores lesados.
De acordo com a decisão judicial, caso não apresente as garantias os bens e patrimônio da empresa serão bloqueados.
Na semana passada, a 5ª Vara Cível de Guarulhos, na Grande SP, proferiu sentença obrigando a empresa a emitir passagens de uma consumidora que viajaria no dia 4 de setembro.
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