Uma operação conjunta da Polícia Rodoviária Federal, do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal resgatou 206 trabalhadores em condições degradantes em vinícolas na região de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.
A ação foi deflagrada após três trabalhadores procurarem policiais rodoviários e informarem que haviam fugido de alojamentos nos quais eram mantidos em situação análoga à escravidão.
Conforme o Ministério do Trabalho e do Emprego, as produtoras que se utilizaram de mão de obra análoga à escravidão poderão ter de pagar os direitos trabalhistas aos resgatados.
Vinícolas respondem
Em nota, a Vinícola Aurora disse que “se solidariza com os trabalhadores contratados pela empresa terceirizada e reforça que não compactua com qualquer espécie de atividade considerada, legalmente, como análoga à escravidão”. Afirmou ainda repassar à empresa terceirizada um valor acima de R$ 6,5 mil/mês por trabalhador, acrescidos de eventuais horas prestadas.
A Família Salton declarou “lamentar profundamente os acontecimentos recentes” e “repudiar qualquer ato de violação dos direitos humanos e trabalho sob condições precárias e análogas à escravidão”. Trata-se, segundo o texto, de “um fato isolado na trajetória centenária da empresa, mas um ponto de melhoria que será endereçado com toda seriedade e respeito que a situação exige.
Confederação de trabalhadores se pronuncia
Artur Bueno, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Industria da Alimentação (CNTA) disse : “Queremos repudiar as condições análogas de escravidão, submetidos os trabalhadores da colheitas de uvas em Bento Gonçalves-RS. Também afirmar que os processadores de uvas em suas indústrias vinícolas, tem suas parcelas de responsabilidades, por não se importar com as condições das atividades na colheita das uvas que eram destinadas para suas vinícolas. A CNTA é solidária com os trabalhadores, apoia todas as medidas dos órgãos competentes em suas ações, e continua acompanhando o processo para que os culpados respondam ao rigor da lei.”