PUBLICADO EM 15 de ago de 2024
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Influenciadas por hiper e supermercados, vendas no varejo recuam 1,0% em junho

Vendas no varejo recuam em junho. Hiper e supermercados tiveram impacto negativo, com uma redução de 1,0% nas vendas

Influenciadas por hiper e supermercados, vendas no varejo recuam 1,0% em junho

Influenciadas por hiper e supermercados, vendas no varejo recuam 1,0% em junho – Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

Em junho, as vendas no comércio varejista no Brasil caíram 1,0% na comparação com o mês anterior, quando cresceram 0,9%.

No primeiro semestre de 2024, o varejo acumula alta de 5,2% em relação ao mesmo período de 2023, abaixo do acumulado até maio (5,5%).

A média móvel trimestral variou 0,2% no trimestre encerrado em junho, enquanto o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 3,6%, 21º mês seguido que esse indicador é positivo.

Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (14) pelo IBGE.

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas variou 0,4% na passagem de maio para junho.

Já na comparação com junho de 2023, houve recuo de 1,5%. A média móvel trimestral, depois de registrar 0,1% de variação em maio, mostrou estabilidade (0,0%).

Quanto às atividades, houve equilíbrio entre resultados negativos e positivos. Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,8%), Tecidos, vestuário e calçados (-0,9%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-0,3%) tiveram desempenho negativo.

Por outro lado, Combustíveis e lubrificantes (0,6%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,2%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,8%) e Móveis e eletrodomésticos (2,6%) cresceram de maio para junho.

“A queda de 1,0% no comércio varejista em junho acontece após cinco meses seguidos em alta, período que culminou com o recorde da série histórica em maio. O efeito rebote, ou seja, uma retração natural do volume de vendas depois de forte crescimento, além de reduções expressivas verificadas nas atividades de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, e de Outros artigos de uso pessoal e doméstico são os dois principais fatores que explicam o recuo das vendas no varejo em junho”, explica Cristiano Santos, gerente da pesquisa.

“A intensa queda dos setores de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que é a principal atividade do comércio varejista, e de Outros artigos de uso pessoal e doméstico pode ser explicada pela pressão inflacionária. Apesar de o índice geral da inflação ter diminuído em junho, o principal fator inflacionário naquele mês foi a alimentação no domicílio”, observa Cristiano.

Vendas sobem 4,0% frente a junho de 2023

As vendas no varejo avançaram 4,0% contra junho de 2023. Em junho de 2024, na comparação com igual mês do ano anterior, seis das oito atividades pesquisadas apresentaram resultados positivos:

  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (15,1%),
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,6%),
  • Móveis e eletrodomésticos (6,7%),
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (4,7%),
  • Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,5%) e
  • Tecidos, vestuário e calçados (0,1%).

No sentido oposto, ficaram Combustíveis e lubrificantes (-4,1%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-8,1%).

O grupo de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria registrou o 16º mês consecutivo de crescimento. O setor exerceu também a segunda maior contribuição no campo positivo para o varejo em junho, somando 1,5 p.p. ao total de 4,0%.

A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, por sua vez, avançou pela quinta vez consecutiva. O último mês no qual registrou queda foi janeiro de 2024 frente a janeiro de 2023 (-2,1%).

O grupamento exerceu a terceira maior influência na soma das contribuições do varejo em junho, contribuindo com 0,6 p.p no total de 4,0% do indicador interanual.

No que se refere ao comércio varejista ampliado, observou-se expansão de 2,0% nas vendas frente a junho de 2023, com altas em duas das três atividades complementares:

  • Veículos e motos, partes e peças (7,0%) e
  • Material de construção (3,9%).

O único setor a apresentar queda nas vendas foi o de Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (-11,5%).

Em relação a maio, 20 unidades da federação têm queda nas vendas

Quando se compara os resultados de junho e maio de 2024, nota-se que 20 unidades da federação obtiveram desempenho negativo, com destaque para Amapá (-8,7%), Bahia (-2,8%) e Tocantins (-2,7%).

Dentre as sete UFs com taxas positivas, Paraíba (2,4%), Rio Grande do Sul (1,8%) e Rondônia (1,0%) se destacaram.

No comércio varejista ampliado, houve resultados positivos em 15 das 27 unidades da federação, valendo mencionar Rio Grande do Sul (13,8%), Mato Grosso do Sul (4,8%) e Paraíba (4,5%).

Amapá (-9,4%), Tocantins (-4,1%) e Acre (-2,7%), porém, chamaram atenção pelo lado negativo. Já Sergipe (0,0%) apresentou estabilidade.

Comércio varejista cresce 5,2% no primeiro semestre de 2024

Comparado ao primeiro semestre de 2023, nos primeiros seis meses de 2024 as vendas no varejo subiram 5,2%. Trata-se da quinta taxa positiva em sequência, após o resultado de -3,0% no segundo semestre de 2021.

Cinco atividades tiveram alta nas vendas:

  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (14,0%);
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,7%);
  • Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,0%);
  • Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (3,0%); e
  • Móveis e eletrodomésticos (2,5%).

No lado das quedas, ficaram Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%), Combustíveis e lubrificantes (-1,9%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-7,6%).

Cristiano Santos lembra que:

“a queda das vendas no varejo em junho não foi suficiente para causar grandes perdas, pois ocorre depois da forte expansão do comércio varejista nos cinco primeiros meses deste ano. O resultado do primeiro semestre de 2024 é muito superior ao fechamento de 2023, sendo apoiado por duas atividades comerciais muito sólidas, com crescimento quase contínuo: Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria”.

Já o varejo ampliado apresentou crescimento pelo terceiro período consecutivo: -1,4% no 2º semestre de 2022; 2,2% no 1º semestre de 2023; 2,6% no 2º semestre de 2023; e 4,3% no 1º semestre de 2024.

Dentre os grupos, Veículos e motos, partes e peças (12,2%) e Material de construção (2,0%) fecharam o primeiro semestre de 2024 em alta, enquanto Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo teve queda (-6,5%).

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