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Pescadores e pescadoras artesanais participam de ato em frente ao Palácio do Planalto para rememorar os 4 anos do crime do petróleo e para reivindicar reparação/Foto: Henrique Cavalheiro/Divulgação
Brasília foi palco de protestos de pescadores que buscam justiça e compensação após quatro anos desde o desastroso vazamento de óleo no Nordeste que atingiu praias. A campanha “Mar de Luta” é liderada por pescadores artesanais.
Joana Mousinho, pescadora artesanal de Itapissuma (PE) e integrante da Articulação Nacional das Pescadoras, destacou os impactos persistentes na economia e na saúde das comunidades.
Ela disse que “Estamos reivindicando praias limpas, restrições à perfuração de poços de petróleo adicionais e atenção à nossa saúde, bem como um ambiente propício para trabalhar”.
Manchas em mais de mil locais após vazamento de óleo no Nordeste
O desastre após o vazamento de óleo no Nordeste, ocorrido entre agosto de 2019 e março de 2020, deixou manchas de óleo em mais de mil locais, impactando 11 estados litorâneos.
A Polícia Federal concluiu em dezembro de 2021 que o material provinha de um navio petroleiro grego.
Cerca de 500 mil pescadores artesanais tiveram suas vidas afetadas, com vendas e consumo de peixes impossibilitados.
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Imagem de paraia atingida por vazamento de óleo no Nordeste
Pescadores criticam ineficácia das políticas públicas
O governo federal ofereceu auxílio emergencial e seguro defeso, porém, a pescadora Joana critica a ineficácia dessas políticas e a insuficiência dos recursos diante das perdas.
A campanha Mar de Luta também demanda pesquisas sobre poluição e seus impactos, além de um monitoramento mais rigoroso das áreas afetadas.
Após manifestações na Praça dos Três Poderes, a campanha agendou reuniões com a Secretaria-Geral da Presidência e outras autoridades, buscando diálogo sobre suas demandas.