Foto: Roosevelt Cássio

Os metalúrgicos da Alestis, em São José dos Campos, e Latecoere, em Jacareí, reforçaram a luta da Campanha Salarial do setor aeronáutico, nesta sexta-feira (14). Em assembleias realizadas pela manhã, eles aprovaram a pauta de reivindicações apresentada aos empresários.

Os trabalhadores exigem 14% de reajuste salarial, R$ 800 de vale-compras para todos e renovação da convenção coletiva na íntegra.

Porém, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que representa o setor, insiste em travar a negociação. Os patrões querem dar reajuste de apenas 8,83%, que representa a reposição da inflação da data-base (setembro). Além disso, a Fiesp oferece só R$ 200 de vale-compras, com teto salarial de R$ 4.700.

Os empresários também tentam retirar direitos históricos conquistados pela categoria. Eles querem mudar a cláusula de estabilidade da convenção coletiva, para prejudicar os lesionados.

A Fiesp quer reduzir a estabilidade para apenas 21 meses para quem adquiriu doença ocupacional e 60 meses para os acidentados. Hoje, a estabilidade desses metalúrgicos vai até a aposentadoria.

Uma nova rodada de negociações entre Sindicato e Fiesp está marcada para terça-feira (18), às 10 horas.

“A Fiesp insiste em tentar rebaixar os salários e retirar direitos dos metalúrgicos do setor aeronáutico. Mas os trabalhadores estão mobilizados. O aviso de greve foi protocolado e, se a proposta não avançar, nós vamos parar”, disse o diretor do Sindicato José Eduardo Gabriel, o Bob.

A Alestis tem cerca de 90 trabalhadores, e a Latecoere, 320. Ambas produzem peças para o setor aeronáutico.

Acordos fechados

Até agora, quatro fábricas do setor aeronáutico fecharam acordos coletivos com o Sindicato. Em todas, os trabalhadores conquistaram aumento real: Metinjo (10,5%), Winnstal (9,5%), Magnaghi (10%) e Mirage (10%).

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos