PUBLICADO EM 10 de ago de 2022

STJ mantém vitória de Lula contra Dallagnol, condenado por abuso no caso do PowerPoint

Dallagnol na coletiva em que apresentou as “convicções” contra Lula no famoso PowerPoint de 2016 – Foto: Reprodução/Youtube

Em julgamento virtual na segunda-feira (8), divulgado hoje, a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça manteve a condenação de Deltan Dallagnol a indenizar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em R$ 75 mil por danos morais. Em março, o colegiado condenou o ex-procurador, chefe da Lava Jato, 4 votos a 1, por usar um PowerPoint em entrevista do Ministério Público Federal. Em 16 de setembro de 2016, Dallagnol usou a imprensa para “explicar” sua denúncia contra Lula. Com isso, tentou uma condenação prévia, uma vez que não apresentou provas – apenas “convicções”.

No julgamento de março, o relator da ação, ministro Luís Felipe Salomão, apontou “abuso, excesso da divulgação da denúncia”. E acrescentou: “Ali, sim, se averigua a responsabilidade civil do procurador Dallagnol”.

Na decisão desta semana, a 4ª Turma considerou que não há obscuridade, contradição, omissão ou erro material a se corrigirem no acórdão. O STJ rejeitou o recurso de Dallagnol, mas também um de Lula, cujos advogados consideraram a indenização insuficiente para inibir condutas do gênero. A defesa do atual candidato à presidência consideravam o valor de R$ 1 milhão no pedido.

Já Dallagnol argumentou no recurso que não podia ser considerado parte legítima para responder ao processo, porque o Supremo Tribunal Federal concluiu em um recurso extraordinário (n° 1.027.633) que a ação por danos causados por agente público deve ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado, e não contra o agente pessoa física.

Derrota no TCU
A decisão do STJ vem em seguida à da 2ª Câmara Ordinária do Tribunal de Contas da União (TCU), que condenou Deltan Dallagnol, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e o procurador João Vicente Beraldo Romão a restituir R$ 2,8 milhões aos cofres públicos, por gastos com diárias e passagens de membros da Operação Lava Jato.

Com a decisão, Dallagnol fica impedido de disputar uma vaga de deputado federal na Câmara Federal pelo Podemos, como pretende. Nesse caso, terá de reverter a decisão do TCU até segunda-feira (15), quando se encerra o prazo para registro de candidaturas.

Fonte: Rede Brasil Atual

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