PUBLICADO EM 10 de out de 2022
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SP elege mandatos progressistas que levarão pautas sindicais e populares à Alesp

O cenário político paulista de enfrentamentos e disputas complexas deve seguir seu curso em 2023. O Brasil vive uma das maiores eleições em termos de acirramento de ânimos e o estado de São Paulo tem enorme responsabilidade dada a sua população de 45,14 milhões de residentes, como mostram os números em pesquisa da Fundação Seade.

Na composição dos 94 deputados estaduais que tomarão posse em 2023, a maior bancada será a do Partido Liberal (PL), que atualmente abriga Jair Bolsonaro. A legenda irá passar dos atuais 17 deputados para 19 assentos.

Em outra direção, no entanto, houve também o aumento da bancada de esquerda e progressista na Assembleia paulista. O Partido dos Trabalhadores (PT) foi a legenda que mais conquistou votos e passará a ter 18 cadeiras, ante 10 do mandato atual.

Foram eleitos pelo PT sindicalistas com longa vivência política, como professora Bebel, que é presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e da direção da CUT Brasil, que recebeu 155.983 votos; Barba, ex-dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que obteve 108.071 votos; e Luiz Claudio Marcolino, vice-presidente da CUT-SP, ligado ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que recebeu 70.473 mil votos.

Além de Bebel e Barba, que foram reeleitos, também renovaram o mandato pelo mesmo partido Marcia Lia, Emídio de Souza, Dr. Jorge do Carmo, Enio Tatto, Luiz Fernando, Maurici e Paulo Fiorilo.

Já entre os novos eleitos pelo PT, ao lado de Marcolino assumem Thainara Faria, Reis e Rômulo Fernandes. O destaque ficou com Eduardo Suplicy, que foi o deputado estadual mais bem votado do Estado, com 807.015 votos.

Em seguida, aparece o PSOL, que elegeu 5 deputados (tem 4 atualmente). A bancada será composta por Carlos Giannazi, o mandato coletivo Bancada Feminista, Ediane Maria, Mônica do Movimento Pretas e Guilherme Cortez.

O PSB, que estava com um representante, passará a ter 3 no próximo ano: Andréa Werner, Caio França e Dr. Valdomiro Lopes.

Somam ainda a Rede, com Marina Helou, reeleita, o PCdoB, que também segue com Leci Brandão, e o PDT, com Marcio Nakashima.

Além de candidatos do campo progressista e popular eleitos, em consonância com o cenário nacional, o PSDB mingou no estado de São Paulo – um dos últimos redutos de força do partido. Além de perder o governo após 28 anos de gestão, reduzirá os assentos de 13 para 9 a partir do ano que vem. Outros eleitos são União Brasil (8 deputados), Republicanos (8), MDB (4), PSD (4), Podemos (4), Cidadania (3), PP (3), PSC (2), Novo (1) e Solidariedade (1).

No cômputo geral, o embate, no entanto, segue desequilibrado entre o campo progressista e o conservador.

Em poder de altos recursos financeiros e da máquina pública, representantes da direita seguem sendo maioria na casa, o que vai exigir mobilização contínua da classe trabalhadora para impedir que projetos do atraso sejam aprovados, avalia a presidenta da CUT-SP, Telma Victor.

“Exigimos políticas públicas que criem oportunidades para diferentes segmentos, que ampliem empregos, garantam a industrialização e a valorização do serviço público e dos servidores e servidoras. Precisamos fortalecer as empresas públicas em nosso estado, assim como aprofundar nossas discussões sobre segurança pública, educação e saúde, especialmente em um momento de pós-pandemia”, afirma a dirigente.

Congresso Nacional

Na votação para deputado federal, o PL alcançou 17 das 70 vagas em São Paulo para a Câmara dos Deputados.

O PT representou a segunda maior bancada do estado, com 11 vagas. Foram eleitos pelo partido Rui Falcão, Kiko Celeguim, Jilmar Tatto, Luiz Marinho, Nilto Tatto, Carlos Zarattini, Arlindo Chinaglia, Alexandre Padilha, Alencar Santana, Juliana Cardoso e Paulo Teixeira.

O candidato que recebeu mais votos como deputado federal por São Paulo foi Guilherme Boulos (Psol), com expressivo 1.001.472 de votos.

Pelo Psol, além de Boulus, Luiza Erundina e Sâmia Bomfim, foram eleitas a representante indígena Sônia Guajajara e a vereadora de São Paulo Erika Hilton, uma das duas primeiras mulheres transgêneros escolhidas para ocupar a Câmara federal.

Haddad x Tarcísio

O cenário da gestão paulista só ficará completo, no entanto, após as eleições do segundo turno, em 30 de outubro, quando a população irá às urnas decidir o próximo governador do estado. Passaram para a nova fase da disputa eleitoral o candidato Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Considerando os dois candidatos que disputam o segundo turno em São Paulo, a coligação de Haddad somaria representantes dos partidos PT, PSB, PSOL, Rede, PCdoB, PV, Agir e, agora, a adesão do PDT e do Solidariedade.

Já a coligação em torno de Tarcísio tem Republicanos, PL, PSD, PTB, PSC, PMN e, agora, a adesão de MDB, União Brasil e Novo.

Confira a lista completa dos 94 deputados eleitos e os votos que tiveram em SP, com base em informações do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP):

Eduardo Suplicy (PT) – 807.015 votos
Carlos Giannazi (PSOL) – 276.811 votos
Paula Da Bancada Feminista (PSOL) – 259.771 votos
Bruno Zambelli (PL) – 235.305 votos
Major Mecca (PL) – 224.462 votos
Tomé Abduch (Republicanos) – 221.656 votos
André Do Prado (PL) – 216.268 votos
Tenente Coimbra (PL) – 209.705 votos
Delegado Olim (Progressisas) – 201.348 votos
Ana Carolina Serra (Cidadania) – 198.698 votos
Milton Leite Filho (União Brasil) – 198.429 votos
Gil Diniz (PL) – 196.215 votos
Bruna Furlan (PSDB) – 195.436 votos
Capitão Conte Lopes (PL) – 192.454 votos
Itamar Borges (MDB) – 183.480 votos
Marcos Damasio (PL) – 183.219 votos
Carlos Cezar (PL) – 180.690 votos
Carla Morando (PSDB) – 177.773 votos
Jorge Wilson (Republicanos) – 177.614 votos
Ediane Maria (PSOL) – 175.617 votos
Marta Costa (PSD) – 170.541 votos
Emídio De Souza (PT) – 157.834 votos
Professora Bebel (PT) – 155.983 votos
Guto Zacarias (União Brasil) – 152.481 votos
Gerson Pessoa (Podemos) – 143.704 votos
Enio Tatto (PT) – 142.785 votos
Luiz Fernando (PT) – 141.017 votos
Rogério Nogueira (PSDB) – 139.756 votos
Oseias De Madureira (PSD) – 137.205 votos
Valeria Bolsonaro (PL) – 131.557 votos
Lucas Bove (PL) – 130.451 votos
Edmir Chedid (União Brasil) – 129.097 votos
Thiago Auricchio (PL) – 123.483 votos
Vinicius Camarinha (PSDB) – 123.316 votos
Maurici (PT) – 121.455 votos
Rafael Silva (PSD) – 118.182 votos
Paulo Fiorilo (PT) – 110.251 votos
Reis (PT) – 108.726 votos
Marcia Lia (PT) – 108.587 votos
Barba (PT) – 108.071 votos
Monica do Movimento Pretas (PSOL) – 106.781 votos
Carlão Pignatari (PSDB) – 105.245 votos
Caio França (PSB)- 105.173 votos
Sebastião Santos (Republicanos) – 104.374 votos
Altair Moraes (Republicanos) – 98.515 votos
Rafael Saraiva (União Brasil) – 98.070 votos
Gilmaci Santos (Republicanos) – 96.361 votos
Agente Federal Danilo Balas (PL) – 94.552 votos
Rui Alves (Republicanos) – 91.717 votos
Thainara Faria (PT) – 91.388 votos
Leo Siqueira (Novo) – 90.688 votos
Ricardo Madalena (PL) – 90.630 votos
Leci Brandão (PCdoB) – 90.496 votos
Felipe Franco (União Brasil) – 90.440 votos
Analice Fernandes (PSDB) – 90.135 votos
Andréa Werner (PSB) – 88.820 votos
Donato (PT) – 88.022 votos
Barros Munhoz (PSDB) – 86.372 votos
Paulo Mansur (PL) – 86.201 votos
Marina Helou (Rede) – 85.517 votos
Marcio Nakashima (PDT) – 85.195 votos
Capitão Telhada (PP) – 83.438 votos
Edna Macedo (Republicanos) – 82.932 votos
Caruso (MDB) – 82.209 votos
Leo Oliveira (MDB) – 82.145 votos
Dr. Jorge do Carmo (PT) – 82.054 votos
Solange Freitas (União Brasil) – 81.870 votos
Daniel Soares (União Brasil)- 81.753 votos
Dani Alonso (PL)- 80.337 votos
Ana Perugini (PT) – 79.061 votos
Mauro Bragato (PSDB) – 78.142 votos
Helinho Zanatta (PSC)- 77.550 votos
Rafa Zimbaldi (Cidadania) – 76.910 votos
Rogério Santos (MDB)- 76.602 votos
Rodrigo Moraes (PL) – 75.094 votos
Rômulo Fernandes (PT) – 75.033 votos
Alex de Madureira (PL) – 74.340 votos
Luiz Claudio Marcolino (PT) – 70.487 votos
Delegada Graciela (PL) – 68.955 votos
Letícia Aguiar (PP) – 68.556 votos
Maria Lucia Amary (PSDB)- 66.956 votos
Fabiana B. (PL) – 65.497 votos
Beth Sahão (PT) – 65.407 votos
Ricardo França (Podemos) -64.175 votos
Paulo Corrêa Jr (PSD) – 62.239 votos
Simão Pedro (PT) – 59.785 votos
Clarice Ganem (Podemos) – 59.342 votos
Edson Giriboni (União Brasil) – 59.087 votos
Atila Jacomussi (Solidariedade) – 58.707 votos
Vitão do cachorrão (Republicanos) – 56.729 votos
Dr Eduardo Nóbrega (Podemos) – 53.607 votos
Dr Valdomiro Lopes (PSB) – 50.824 votos
Dr. Elton (PSC) – 46.042 votos
Guilherme Cortez (PSOL) – 45.094 votos

Fonte: CUT São Paulo

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