PUBLICADO EM 19 de jul de 2024
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Síndrome de ‘burnout’ atinge também os fiscais do trabalho

A síndrome de ‘burnout’ atinge os fiscais do trabalho, que lutam contra a superexploração dos trabalhadores. Saiba mais sobre essa doença e como ela afeta a vida profissional e pessoal.

Síndrome de ‘burnout’ atinge também os fiscais do trabalho

Síndrome de ‘burnout’ atinge também os fiscais do trabalho

Até os fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), incumbidos de combater a superexploração dos trabalhadores, sofrem do mesmo mal e acabam vítimas da síndrome de ‘burnout’.

A doença afeta a vida profissional, pessoal, social e pesquisas apontam que 32% dos brasileiros sofrem com ela, enquanto 72% sentem estresse por causa de trabalho excessivo.

A presidente da delegacia do sindicato nacional dos auditores fiscais do MTE (Sinait) em Santos, Carmem Cenira, lamenta que sua própria categoria sofre com o problema.

Distúrbio emocional

De acordo com o ministério da saúde, a síndrome de ‘burnout’ é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de trabalho desgastante.

Também conhecida por síndrome do esgotamento profissional, ela surge em situações que demandam muita competitividade ou responsabilidade.

Sua principal causa é o excesso de trabalho comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão, como médicos, enfermeiros, professores, policiais e jornalistas, entre outros.

Na foto, Carmem Cenira, presidente da delegacia regional do Sinait

Ansiosos e depressivos

Estudos revelam que o Brasil é o segundo país do mundo com mais pessoas estressadas. É também o segundo colocado em número de depressivos e ansiosos.

Os trabalhadores afetados pela síndrome lidam com alta carga de trabalho, em busca de resultados, e sofrem constantes desafios emocionais em situações traumáticas.

Os assistentes sociais e bombeiros também são muito afetados por acompanhar realidades difíceis. Os jornalistas, por prazos apertados e contato com notícias negativas.

Dificuldade de concentração

Carmem lembra que qualquer profissão pode ser afetada se o ambiente de trabalho for desgastante e exigir mais do que o indivíduo pode suportar.

Os sinais de alerta são exaustão física e mental, cansaço extremo, falta de energia e de disposição para as atividades. Desmotivação e perda de interesse no trabalho também são sintomas.
Sensação de inutilidade, pessimismo, dificuldade de concentração, falhas na memória, irritabilidade, alterações de humor e explosões de raiva são constantes.

Estafa e estresse

Mais – impaciência, dores físicas, de cabeça, musculares, problemas intestinais e outros sintomas sem causa aparente demonstram que a pessoa é vítima da síndrome.

Carmem pondera que jornadas exaustivas, de 14 a 16 horas diárias, são comuns em vários setores por exigência de produtividade e busca de metas. “Isso resulta em estafa e estresse”.

“É justamente contra essas jornadas exaustivas, esse trabalho insano, que atuam os fiscais do trabalho. A hora extra tem um limite legal que muitas empresas não respeitam”.

Difícil e necessária

De acordo com a sindicalista, muitas vezes nem há marcação de ponto, o registro de entrada e saída, principalmente em cargos de confiança ou exercício profissional fora do ambiente de trabalho.

“Infelizmente, até minha categoria é atingida. E por isso estamos em campanha pelo aumento do efetivo de fiscais, atualmente muito defasado”, lamenta Carmem.

Ela defende que o movimento sindical dê atenção devida ao problema e lute para solucioná-lo em cada setor. Traduzindo do inglês, ‘burn’ quer dizer queima e ‘out’, exterior.

Leia mais: FITIASP e STILASP garantem acordo coletivo para trabalhadores da DSM

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