PUBLICADO EM 12 de fev de 2021
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Santos: Sindest contra privatização do atendimento à saúde mental

Diretores do sindicato dos servidores estatutários municipais de Santos (Sindest) estiveram no centro de atenção psicossocial (caps) da Ponta da Praia, na quarta-feira (10), e ficaram decepcionados.

O que Carlos Alberto Reis Nobre ‘Carlinhos’ e Lenina Bento da Silva constataram no prédio da avenida Coronel Joaquim Montenegro (canal 6), 329, foi abandono, descaso e destruição.
Logo de cara, viram as portas de entrada da unidade e da sala administrativa destruídas. No banheiro da administração, verificaram a pia solta e o chuveiro que não funciona, ambos sem água.
A sala de medicação está tomada pela umidade e mofo, por causa de infiltrações de água. As portas de vidro no salão dos fundos, por sua vez, estão sem chaves e sem travas de segurança.
O prédio não tem extintores de incêndio, há fiação elétrica exposta e a falta de tomadas prejudica a utilização do equipamento, segundo o diretor de assuntos profissionais e a segunda vice-presidente do Sindest.
Carlinhos e Lenina viram que não há funcionários para preparar as refeições e lanches, assim como nutricionistas. Lençóis, travesseiros, fronhas e toalhas, nem pensar.
Degradação dos equipamentos
Eles entraram em contato com o setor competente na prefeitura e ouviram que tudo estará resolvido dentro de 30 dias. Após esse prazo, eles voltarão ao local para conferir.
Para o presidente do Sindest, Fábio Marcelo Pimentel, “está em andamento um processo de degradação dos equipamentos de saúde mental para sua posterior privatização”.
“É nisso que estão transformando nossa cidade e o Brasil inteiro, serviços públicos terceirizados para altos ganhos de organizações sociais que de filantrópicas nada têm”, diz o sindicalista.
O desmonte da política de saúde mental e a terceirização do serviço são tão evidentes que a vereadora Telma de Souza (PT) propôs a instauração de uma comissão especial de vereadores (cev) sobre o assunto.
O requerimento solicitando a criação da ‘cev’ foi apresentado na sessão de 4 de fevereiro e encaminhado para análise da comissão parlamentar de constituição e justiça.
A medida, segundo Telma, atende reivindicação da frente de luta antimanicomial da baixada santista. “O pioneirismo do município na história da reforma psiquiátrica no Brasil fortalece o pleito”, diz ela
Lucro e ganância
A vereadora preside da comissão parlamentar de saúde e acredita que “privatizar ou terceirizar o atendimento mental é um retrocesso. Os servidores públicos são essenciais nesse tipo de atendimento”.
“Eles mantêm vínculos com os usuários e seus familiares. Tratam as pessoas de forma humanizada. Temos que lutar em defesa da saúde pública garantida pela constituição federal”, diz a ex-prefeita de Santos.
Segundo ela, as denúncias de familiares das pessoas atendidas sobre a precariedade na infraestrutura dos equipamentos públicos, a defasagem nas equipes multiprofissionais e a falta de medicamentos são constantes.
Telma ressalta que “Santos precisa retomar seu protagonismo e sinalizar que é possível impedir o desmonte de conquistas históricas, como saúde mental e o Samu”
“Por isso, questionei o executivo se há algum plano para terceirizar o serviço, o que seria uma medida perigosa. Saúde mental não pode ser objeto de ganância nem de lucro”, diz a parlamentar.
Fonte: Sindest

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