PUBLICADO EM 11 de nov de 2020
COMPARTILHAR COM:

Recuperação de postos de trabalho pode cair com flexibilização do isolamento e o fim do auxílio

Após cinco meses de retração, mercado de trabalho recupera parte das vagas perdidas. Mas, apesar da evolução, ainda falta repor mais de 88% das posições fechadas na pandemia.

Foto: RPB

De julho a setembro deste ano, o Brasil registrou um crescimento de 1,5 milhão da população ocupada, conforme mostrou estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quarta-feira (11). Desde o início da pandemia, foi a primeira recuperação parcial do número de postos de trabalho perdidos, segundo o IBGE.

Os setores de atividade que mais sofreram redução de postos de trabalho entre fevereiro e setembro foram os de serviços domésticos, com queda de 32,1%, e o grupo de alojamento e alimentação, cujas vagas foram reduzidas em 34,5%. Por sua vez, as atividades que registraram crescimento no mesmo período foram: administração pública, defesa, seguridade, educação, saúde humana e serviços sociais (+6,5%); e informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+0,5%).

De acordo com o estudo, o total de horas trabalhadas tem se recuperado mais rapidamente que a população ocupada, o que já resulta em uma jornada de trabalho média mais longa que a observada antes da pandemia. Isso torna ainda mais pertinente a proposta de estimular novas contratações com jornadas mais curtas, para que a retomada reconecte o máximo de pessoas ao emprego formal, em vez de concentrar muitas horas de trabalho em uma minoria, como vem ocorrendo.

Se o aumento dos postos de trabalho não for mais rápido, a taxa de desocupação tenderá a subir. Isso ocorre porque a flexibilização do isolamento social e a redução do valor do auxílio emergencial podem estimular as pessoas que tinham parado de procurar emprego durante a pandemia a tentar de novo uma posição no mercado de trabalho.

IPEA

Leia também:

“Não se flexibiliza segurança no trabalho”, afirma dirigente da UGT

GM: Sindicatos dizem que não aceitam mais ‘flexibilizações’

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

QUENTINHAS