As quedas mais intensas ocorreram no Pará (-11,3%) e na Bahia (-10,1%), a queda mais intensa desde a greve do caminhoneiro, como apontou Bernardo Almeida, analista da pesquisa. Também tiveram queda mais acentuadas do que a média nacional a região Nordeste (-7,5%), Mato Grosso (-6,6%), Pernambuco (-6%), Minas Gerais (-2,2%) e Ceará (-1,7%). Maior e mais diversificado parque fabril do país, São Paulo produziu 1,3% a menos de fevereiro para março, seguido pelo Amazonas (-0,5%).
Segundo o IBGE, o setor automotivo reduziu o ritmo de produção no terceiro mês de 2019 e derrubou o resultado da indústria em São Paulo, além da Bahia. A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias recuou 3,2% na média nacional de fevereiro para março. O resultado foi explicado por uma mudança na estratégia das montadoras, que anteciparam a produção para fevereiro para desacelerar em março, mês do feriado do Carnaval.
No caso específicio de São Paulo, além do movimento do calendário, a queda foi explicada pelas fortes chuvas que alagaram indústrias no mês, bem como a paralisação específica de uma montadora.
No campo positivo, a produção cresceu no Espírito Santo (3,6%), Rio de Janeiro (2,9%) e Goiás (2,3%). As demais taxas positivas foram no Paraná (1,5%), Santa Catarina (1,2%) e Rio Grande do Sul (1%).
Na base de comparação interanual, os desempenhos também foram negativos. Frente a março de 2018, a produção industrial recuou em 12 dos 15 locais. No primeiro trimestre, a queda ocorreu em 10 dos 15 locais frente a igual período de 2018.
A indústria em São Paulo produziu 2,6% a menos no primeiro trimestre, frente ao mesmo período do calendário anterior. Em relação aos três meses finais de 2018, houve crescimento, de 0,6%. Se não chega a empolgar, o crescimento da indústria do Estado foi ao menos o melhor desde o quarto trimestre de 2017, quando avançou 1,8% frente ao trimestre final do ano anterior.
Mesmo com esse aumento de 0,6%, a indústria paulista — que representa um terço da indústria nacional — segue 21,6% abaixo de seu pico histórico, registrado em março de 2011. Está mais distante de recuperar-se das perdas, portanto, que o restante do país. Na média nacional, a indústria está 17,6% abaixo do pico de maio de 2011.
Fonte: Valor Econômico