PUBLICADO EM 15 de jan de 2019
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Previdência: centrais debatem convocação de greve geral contra reforma

A primeira reunião das seis maiores centrais sindicais do país após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) vai começar com um chamado a greve geral.

Centrais sindicais realizaram marcha contra reformas trabalhista e previdenciária em Brasília em maio de 2017 / Foto: Jaélcio Santana / Força Sindical

O presidente da Força, Miguel Torres, defende a articulação de uma grande paralisação, que terá inicio assim que o governo apresentar sua proposta de reforma da Previdência, o que deve acontecer no início de fevereiro. “Existem fortes indícios de que as mudanças na Previdência serão feitas de forma a poupar determinadas categorias, em especial os militares”, diz Torres.

O sindicalista diz ainda que está claro que será uma reforma para manter privilégios e prejudicar os mais pobres. “Não tem condições de o trabalhador pagar o pato de novo”. O dirigente sindical questiona a distinção que vem sendo aventada aos militares. Os sinais, afirma Torres, são de que os integrantes das Forças Armadas continuarão “se aposentando mais cedo e com salários mais altos”.

Segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a ideia é começar uma mobilização com os trabalhadores para que seja possível articular uma grande paralisação, caso necessária.

Segundo ele, as centrais devem esperar o presidente encaminhar a proposta de reforma para o Congresso Nacional e a partir disso começar o movimento de paralisações.

Além da Força, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) devem participar da reunião nesta terça-feira na sede do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em São Paulo.

Em 2017, durante a tramitação da reforma da Previdência do ex-presidente Michel Temer na Câmara, as centrais fizeram ao menos dois grandes atos. Um em abril, com a paralisação de transportes, bancos e outras categorias em diversas capitais do país e em maio com a presença de 100 mil trabalhadores, segundo os organizadores, em Brasília.

“No governo do Temer nós conseguimos frear a reforma de ir a votação com essas paralisações. Agora, precisamos de uma articulação forte para podermos discutir quando a reforma chegar”, afirmou Juruna. O texto de Temer foi aprovado em comissão especial, mas não chegou a ser votado em plenário.

A proposta de reforma da Previdência ainda não foi anunciada pelo governo Bolsonaro mas deve fixar uma idade mínima e implantar um sistema de capitalização para novos trabalhadores. Há a possibilidade do governo utilizar parte da proposta de Temer, que fixa a idade em 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres.

com informações Folha SP e Revista Veja

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