PUBLICADO EM 07 de set de 2020
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PCdoB São Paulo lança Orlando a prefeito e 83 candidatos a vereador

A cidade de São Paulo terá, pela primeira vez, um candidato a prefeito pela legenda do PCdoB. Em Convenção Eleitoral neste sábado (5/9), na sede do Partido, os comunistas homologaram o nome do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) para concorrer à prefeitura paulistana. Os delegados à Convenção aprovaram também o lançamento de uma chapa completa à Câmara Municipal, com 83 candidatos a vereador.

Antes do discurso de Orlando, um breve vídeo, narrado pelo próprio candidato, apresentou sua história e seus compromissos. “Vou governar primeiro para quem mais precisa. Consciente do que isso representa para o nosso povo, eu quero ser o prefeito preto de São Paulo”, afirmou Orlando, na gravação.

Em eleições municipais anteriores, o PCdoB São Paulo cogitou disputar a prefeitura com candidaturas próprias. “Muitos militantes e muitos ativistas do campo popular sempre cobraram o PCdoB. Ensaiamos duas, três vezes – mas optamos por recolher essa expectativa, esse desejo”, lembrou Orlando, no ato político que o lançou à disputa municipal. “Chegou a hora de construirmos uma alternativa para a cidade.”

No pronunciamento de Orlando, a capital paulista foi retratada como “maior polo científico da América Latina”, “uma das cidades que mais produzem riqueza no mundo”, “uma cidade que motiva, mobiliza e envolve”, “a cidade do trabalho e de oportunidades”, “a cidade da esperança”, “cidade de mil povos”, “cidade tão rica, tão potente, tão capaz – mas também tão desigual”

Ele declarou que o projeto do PCdoB será, essencialmente, “popular”. Apesar da candidatura inédita, os comunistas têm larga experiência na gestão pública – o próprio Orlando foi ministro do Esporte. “Temos gente preparada. Junto aos aliados e amigo, junto à inteligência de São Paulo, vamos governar a cidade.”

Na opinião de Orlando, governar pressupõe buscar parcerias – com os governos federal e estadual, com a inciativa privada e os trabalhadores, com os movimentos sociais e a sociedade civil. Ao destacar experiências como a da Rede Nossa São Paulo e a da Conferência São Paulo Sua, Orlando afirmou que a revisão de contratos é fundamental para melhorar o gasto público e “direcionar os recursos para o que é mais prioritário”.

Entre os desafios urgentes do município, Orlando listou a geração de empregos e obras de infraestrutura urbana. “São Paulo pode mais, muito mais”, afirmou. Enfrentar a desigualdade também está na ordem dia. “Talvez o emblema dessa desigualdade esteja na expectativa de vida – um emblema que causa revolta e motivação. Não é possível que na mesma cidade, praticamente na mesma região, uma pessoa do Grajaú tenha uma expectativa de vida de 60 anos e quem vive em Moema tenha uma expectativa de 80.”

Para todas as missões, diz, o prefeito deve exercer a função de “principal líder político da cidade”. É preciso “sentar de igual para igual com governador e presidente”, exigir para São Paulo “o que é de direito em função do que a cidade produz para o País”.

O baiano Orlando Silva, nascido em 1971 na capital Salvador, disse que se apaixonou “à primeira vista” por São Paulo – cidade para a qual se mudou nos anos 90 e onde nasceram seus três filhos. Uma cidade tão poderosa quanto contraditória, que fez o deputado do PCdoB evocar versos de Sampa, de Caetano Veloso: “Quem vem de outro sonho feliz de cidade / Aprende depressa a chamar-te de realidade”.

Nesta São Paulo, a seu ver, a periferia deve ser vista como “lugar de potência”. Orlando afirmou que leva consigo as memórias da vida na periferia de Salvador, em especial no bairro de Lobato, onde, na infância, via sua casa sofrer com enchentes – e viu amigos morrerem precocemente. Na capital paulista, a valorização da periferia se entrecruza com as lutas feministas, antirracistas e sociais. “São Paulo será uma cidade melhor para todos quando for melhor para os negros, as mulheres e os trabalhadores.”

Depoimentos

Diversas autoridades e lideranças gravaram mensagens de apoio a Orlando Silva. Foi o caso da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e da deputada estadual Olívia Santana (PCdoB-BA). “É um querido amigo com quem convivo há mais de 20 anos”, disse Manuela D’Ávila (PCdoB), que foi candidata a vice-presidenta. Para Manu, São Paulo – “esta cidade que acolhe a todos e todas”, que “carrega um pouco de cada parte do Brasil” – precisa se ver “representada num grande homem público” como Orlando.

Fonte: Vermelho

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