PUBLICADO EM 01 de abr de 2024
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Para centrais sindicais, 60 anos do golpe deve ser oportunidade para conhecer a história

60 anos do golpe: Manifestação no Rio de Janeiro em 1968.

60 anos do golpe: Manifestação no Rio de Janeiro em 1968. Foto: Arquivo Nacional.

“Ficou claro no governo Bolsonaro e, sobretudo, na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, que falar sobre golpismo não é falar sobre o passado”, disseram as centrais sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB. NCST, Interssindical e Pública, em nota divulgada nesta segunda (1º), quando se completam 60 anos do golpe militar.

Para as entidades, a data deve ser uma oportunidade de refletir e “transmitir para as novas gerações a nossa história e as raízes da realidade em que vivemos no presente momento”.

A nota destaca a repressão ocorrida na ditadura, com a prática de torturas e mortes. Aponta também questões que afetam diretamente os trabalhadores, como o arrocho salarial, a retirada de direitos, o aumento da dívida externa e a explosão da inflação e chama o milagre econômico de “falácia”.

Leia aqui a nota

Nota das centrais sindicais:

60 anos do golpe militar: aprender com a história para construir uma democracia com justiça social

Em abril de 2024 completam-se seis décadas da deflagração do golpe militar que prejudicou o Brasil por 21 anos.

Se hoje somos uma democracia, com instituições funcionando, liberdade política e liberdade de organização, devemos isso àqueles que lutaram pelo fim do regime iniciado em 1º de abril de 1964. Muitos dos quais foram torturados ou morreram por esta luta.

De forma truculenta, a ditadura destruiu famílias e privou o país de importantes quadros políticos, culturais e do movimento social.

Isso tudo para impor à força uma política econômica baseada no arrocho salarial, na retirada de direitos, no aumento da dívida externa e na explosão da inflação.

Ao contrário da falácia do milagre econômico, vendida pelos militares como propaganda de governo, os trabalhadores foram extremamente prejudicados nos 21 anos de ditadura, sofrendo com um progressivo empobrecimento, enfraquecimento e com o cerceamento aos sindicatos. Enfraquecimento que foi projetado para que a economia de mercado pudesse, sem resistência, se sobrepor aos interesses sociais.

Com isso, a ditadura aumentou a desigualdade e a pobreza, atrasando o desenvolvimento humano, político e ambiental do país.

Desde a redemocratização, em 1985, o Brasil caminha no sentido de se recompor, de reparar os retrocessos promovidos nos 21 anos anteriores e de buscar avançar, driblando as sequelas que ainda persistem. Não sem dificuldades. Ficou claro no governo Bolsonaro e, sobretudo, na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, que falar sobre golpismo não é falar sobre o passado.

Por isso devemos usar os 60 anos do golpe como uma oportunidade de refletir sobre o assunto e de transmitir para as novas gerações a nossa história e as raízes da realidade em que vivemos no presente momento.

Só assim poderemos construir a almejada união nacional em torno daqueles que querem o bem do Brasil e do povo brasileiro.

São Paulo, 1º de abril de 2024

Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)

Miguel Torres, Presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Adilson Araujo, Presidente da CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)

Moacyr Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)

Nilza Pereira, Secretária Geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora

José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor

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