Em outubro, os brasileiros vão às urnas para eleger seus representantes em mais de 5,5 mil municípios e o trabalhador precisa votar em trabalhador.
É nas cidades que o eleitor sente mais de perto os reflexos de sua escolha, como a qualidade do sistema público de saúde, a oferta de empregos, o funcionamento do transporte público e a conservação de ruas e praças.
Apesar de um sistema pouco democrático, em que candidaturas de esquerda, por exemplo, não têm tempo de TV e podem ser até excluídas dos debates, o voto precisa ser coerente com a nossa realidade. Por isso, trabalhador deve votar em trabalhador.
Quem vive do suor do seu trabalho, quem bate cartão na fábrica ou ganha seu sustento nos serviços precarizados dos aplicativos precisa eleger gente da mesma origem.
No último Congresso realizado na categoria, em 2022, os metalúrgicos aprovaram uma resolução que vai nessa linha:
“Nas eleições, devemos apresentar um programa e uma saída revolucionária para o país, a partir do ponto de vista dos(as) trabalhadores(as). Um programa que parta das nossas demandas mais sentidas e que aponte para romper com este sistema e construir uma nova sociedade socialista, sem exploração e com democracia operária. Que incentivemos candidaturas defensoras da independência de classe, que não depositem nenhuma confiança nos patrões e suas instituições, que defendam a auto-organização dos(as) trabalhadores(as) e sua emancipação”, destaca a resolução de número 30.
Não apoie os candidatos dos patrões
Uma das maiores armadilhas em que o trabalhador pode cair é votar em representantes que defendem justamente os ataques que recaem sobre o povo. Ou seja, os candidatos dos patrões.
Infelizmente, eles são a maioria entre os candidatos e fazem da política um meio para se enriquecerem ainda mais e, claro, o grupo que defendem: os mais ricos.
Não à toa, entra governo e sai governo, e vemos na rica São José dos Campos bairros ainda vivendo na clandestinidade, sem acesso à energia elétrica e aos mais elementares serviços.
Isso também é a realidade nas cidades vizinhas. Por isso, é preciso fugir dos candidatos dos patrões.
Ainda em São José, o candidato Eduardo Cury (PL) sempre esteve do outro lado e, até pouco tempo, era assessor, em Brasília, do parlamentar que foi o relator da reforma trabalhista, que dizimou direitos da nossa classe.
Já o prefeito Anderson Farias (PSD) é conhecido, de igual forma, por não se preocupar com as reais necessidades dos trabalhadores nos bairros da cidade.
“Chamamos a nossa categoria a eleger companheiros e companheiras comprometidos com a nossa luta”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos em exercício, Valmir Mariano.
Raio-x das eleições
Eleição se dará em: todos os mais de 5,5 mil municípios brasileiros
Cargos em disputa: prefeito e vereador
1º turno: 6 de outubro, das 8h às 17h
2º turno: 27 de outubro, das 8h às 17h (para cidades com mais de 200 mil eleitores e cujo primeiro colocado a prefeito no 1º turno não tenha obtido mais de 50% dos votos)
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