PUBLICADO EM 30 de jan de 2019
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Metalúrgicos da Dura, no ABC, aprovam plano de recuperação

Trabalhadores da Dura Automotive, em Riacho Grande da Serra, aprovam por unanimidade plano de recuperação negociado pelo Sindicato. Proposta foi apresenta à matriz americana que definirá nos próximos dias o futuro da empresa

Assembleia com os trabalhadores na Dura Automotive, na sede do Sindicato. 26.01.2019 Foto: Adonis Guerra/SMABC

Em assembleia na Sede no último sábado, 26, os trabalhadores na Dura Automotive, em Rio Grande da Serra, aprovaram por unanimidade a proposta negociada pelos Metalúrgicos do ABC, parte do plano de recuperação da fábrica. Os companheiros também aprovaram o processo de luta constante, caso a direção mantenha a decisão de fechamento da planta.

A proposta apresentada à direção da matriz americana prevê a garantia de empregos e a manutenção de diretos básicos que estavam ameaçados, mas representa também esforços por parte do trabalhador para viabilizar a manutenção da empresa.

O coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, lembrou que tudo foi construído em apenas uma semana, trégua conquistada após resistência do pessoal na fábrica.

“Se essa luta não tivesse se iniciado, a gente poderia estar lá como cordeirinhos fazendo o que os americanos queriam. A direção não nos procurou e tomou uma decisão unilateral, então tivemos que resistir para conseguir essa semana de trégua”.

“Em três dias conseguimos duas reuniões com o prefeito, e elas podem resultar em um projeto de lei que incentivará, não só a Dura, mas também outras empresas que se estabelecerem em Rio Grande da Serra. Nossa luta deixará um legado importante para cidade”, destacou.

O diretor executivo do Sindicato, responsável por políticas industriais, Wellington Messias Damasceno, ressaltou que a proposta é uma parte do processo. “A empresa montou uma força tarefa dividida em três partes: uma que envolve Sindicato e trabalhadores, outra responsável por tratar com clientes e fornecedores e a terceira de custos indiretos da própria Dura. Os trabalhadores entenderam que nossa contribuição em buscar o poder público e as montadoras, além dos esforços de cada um são importantes, mas que a discussão tem um peso muito maior na relação com os clientes”.

Antes de colocar em votação, o presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão alertou: “Acompanhar um acordo desse dá mais trabalho do que elaborar. Em uma semana chegamos a uma proposta, mas manter o acordo, que esperamos seja acatado pela direção, é uma tarefa diária que vocês farão pelos próximos anos”.

O plano de recuperação com sugestões que envolvem todas as partes interessadas foi debatido pelo Sindicato com a direção americana em reunião feita via videoconferência. Na ocasião, foram abordados os pontos críticos para a permanência da planta na cidade. Nos próximos dias, Sindicato e direção da matriz voltarão a se reunir para que seja apresentada a decisão final.

Mobilização

Desde o anúncio do fechamento da fábrica, os CSEs Carlos Alberto Queiroz Rita, o Somália, e André do Nascimento, o Cabelo, conversaram com moradores e comerciantes no entorno da fábrica e distribuíram a Tribuna e carta feita pelo Sindicato que alerta a população sobre a importância da luta pela manutenção da Dura Automotive no município.

No domingo o vigário da Igreja Matriz, paróquia São Sebastião, Clemilson Teodoro, leu a carta aos fiéis.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

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