Conforme matéria de André Romani publicado na Folha de São Paulo, a Mercedes-Benz anunciou nesta terça-feira (6) uma reestruturação de sua fábrica de caminhões e chassis de ônibus em São Bernardo do Campo (SP), que resultará na demissão de 3.600 trabalhadores, e terceirização de parte da operação.
A Mercedes-Benz Caminhões e Ônibus atribuiu a medida à pressão de custo e à transformação da indústria automobilística, o que tornou necessário um foco maior no “core business”, definido como a fabricação de chassis de ônibus, caminhões e o desenvolvimento de tecnologias e serviços para o futuro.
Ainda segundo a Folha de São Paulo, a produção de componentes como eixos dianteiros e transmissão média e os serviços de logística, manutenção e ferramentaria estão entre as atividades que passarão a ser executadas por empresas contratadas.
“Estamos garantindo a sustentabilidade dos negócios da Mercedes-Benz Caminhões e Ônibus a longo prazo no Brasil”, disse a montadora em comunicado.
A empresa demitirá aproximadamente 2.200 trabalhadores da unidade, sua primeira no país —inaugurada em 1956— e maior planta da Daimler fora da Alemanha para veículos comerciais Mercedes-Benz. E cerca de 1.400 profissionais não terão seus contratos temporários renovados a partir de dezembro de 2022.
O Sindicato dos Metalúrgicos do Grande ABC disse que seus dirigentes se reuniram com a diretoria da Mercedes-Benz na tarde do dia 6 de setembro, quando representantes da companhia pediram a abertura de negociação sobre esses temas. A fábrica tem 6.000 trabalhadores na produção e entre 8.000 e 9.000 no total, segundo a entidade.
Uma assembleia da diretoria do sindicato com os trabalhadores foi marcada para hoje, quinta-feira (8) às 14h.
“Esclarecimentos e comunicados à imprensa por parte do sindicato e sua direção só serão feitos após conversa e assembleia com os trabalhadores da planta”, disse o sindicato por meio de sua assessoria de imprensa.
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