PUBLICADO EM 18 de dez de 2020
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Maia diz que Bolsonaro é “mentiroso” e avisou que pautaria MP 1000 nesta sexta-feira

Segundo Maia, a MP já produziu os seus efeitos, e eventuais alterações no texto poderiam ter impactos negativos nas contas do governo.

Foto: Agência Brasil

Depois de o presidente Jair Bolsonaro afirmar que o presente da Câmara, Rodrigo Maia, é o responsável pelo não pagamento de um décimo terceiro para os beneficiários do Bolsa Família neste ano uma vez que, segundo Bolsonaro, Maia decidiu não colocar a proposta em votação, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu na quinta-feira, 17, em transmissão numa rede social, que o governo não encaminhou proposta de pagamento do abono natalino aos beneficiários do programa em 2020 para não cometer um crime de responsabilidade.

“Sou obrigado, contra minha vontade, a recomendar que não pode ser dado o 13º do Bolsa Família”, disse Guedes em entrevista coletiva virtual para apresentar um balanço de fim de ano. “É lamentável, mas precisa escolher entre um crime de responsabilidade (13º) e a lei.”

Contraditoriamente, Bolsonaro havia dito em sua live, realizada também na quinta (17) que “Não teve 13º para Bolsa Família este ano porque presidente da Câmara deixou MP caducar”, disse Bolsonaro . “Vai cobrar do presidente da Câmara.”

Em entrevista ao jornal Estadão, Maia reagiu dizendo que o presidente era “mentiroso” e avisou que pautaria a criação do 13º ainda nesta sexta-feira, 18, por meio da Medida Provisória 1.000, que estendeu o auxílio emergencial até o fim do ano.

Entretanto, o deputado informou ao Plenário que a Medida Provisória 1000/20, que trata do auxílio emergencial residual (R$ 300), não será analisada na sessão virtual desta sexta-feira (18).

Segundo Maia, a MP já produziu os seus efeitos, e eventuais alterações no texto poderiam ter impactos negativos nas contas do governo. Ele fez um pronunciamento em resposta a declarações do presidente Jair Bolsonaro, ressaltou o papel da Câmara na pandemia e cobrou respostas do governo para superação da crise sanitária e econômica.

Com a notícia de que a MP 1000 seria pautada hoje, as centrais sindicais reagiram e lançaram uma nota afirmando que “O Auxílio Emergencial, proposto e defendido pelas Centrais Sindicais, movimento sociais e partidos políticos, que se mostrou essencial para a proteção de mais de 65 milhões de pessoas no Brasil e para que a recessão seja amenizada, uma vez que garante o consumo de milhões de famílias, deve continuar”.

Com informações de Estadão

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