PUBLICADO EM 07 de dez de 2017
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“Juros ainda são muito altos e precisam cair mais”, afirmam CTB e Força Sindical

A decisão por unanimidade, que reduziu a taxa em 0,5 ponto percentual, de 7,5% ao ano para 7% ao ano era esperada pelos analistas financeiros, mas não agradou aos trabalhadores que esperavam um corte mais acentuado

Foto: Jaélcio Santana

Por Fábio Kasseb

Após o Banco Central (BC) anunciar, pela décima vez seguida, uma queda da taxa básica de juros, as centrais sindicais – Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a Força Sindical emitiram nota oficial exigindo uma queda maior da taxa Selic.

A decisão por unanimidade, que reduziu a taxa em 0,5 ponto percentual, de 7,5% ao ano para 7% ao ano era esperada pelos analistas financeiros, mas não agradou aos trabalhadores que esperavam um corte mais acentuado.

A nota oficial da Força Sindical, assinada por seu presidente, Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força, e seu secretário-geral, João Carlos Gonçalves, Juruna, considera extremamente tímida a decisão. “Entendemos que, com esta queda “conta-gotas”, o Banco Central perdeu uma ótima oportunidade para promover uma drástica redução na taxa básica de juros, que poderia funcionar como um estímulo para a criação de novos empregos e para o aumento da produção no País”.

Os sindicalistas destacam ainda que juros altos sangram o País e inviabilizam o desenvolvimento. “O pagamento de juros, por parte governo, consome e restringe consideravelmente as possibilidades de crescimento do País, bem como os investimentos em educação, saúde e infraestrutura, entre outras demandas”.

Já Adilson  Araújo, Presidente Nacional da CTB, destacou que, com a decisão dos membros do Copom (Comitê de Política Monetária) a taxa atingiu o menor patamar desde 2013, 7%, mas que a superação real da crise cobra juros menores e mais investimentos. ” O índice ainda é muito alto e inibe o interesse de investimentos – internos e externos – no setor produtivo, base fundamental para a retomada do crescimento de qualquer nação”.

Araújo destaca no texto que, segundo aponta o último estudo realizado da Infinity Asset Management que avaliou 40 economias em diferentes regiões do globo, o Brasil ainda possui a maior taxa de juros reais do mundo, mesmo com as sucessivas reduções. “Entre as 40 economias pesquisadas, 26 países têm taxas de juros reais negativa”, aponta.

E, finaliza o texto, alertando que não será somente reduzindo os juros que superaremos a realidade dramática de mais de 26 milhões de brasileiros, hoje, condenados ao desemprego ou a condições de subemprego. “Reduzir os juros é somente um passo dentro da engrenagem do sistema”.

Confira a seguir a íntegra das notas:

“Força Sindical defende queda mais acentuada na taxa de juros

A Força Sindical lamenta, e considera extremamente tímida, a queda de apenas 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros.

Entendemos que, com esta queda “conta-gotas”, o Banco Central perdeu uma ótima oportunidade para promover uma drástica redução na taxa básica de juros, que poderia funcionar como um estímulo para a criação de novos empregos e para o aumento da produção no País. Mais uma vez o Banco Central frustra os anseios dos trabalhadores.

Vale destacar que juros altos sangram o País e inviabilizam o desenvolvimento. O pagamento de juros, por parte governo, consome e restringe consideravelmente as possibilidades de crescimento do País, bem como os investimentos em educação, saúde e infraestrutura, entre outras demandas.

Geração de empregos com mais renda, transporte de qualidade e moradias dignas só serão possíveis com juros em patamares baixos.

Paulo Pereira da Silva – Paulinho da Força
Presidente da Força Sindical

João Carlos Gonçalves – Juruna,
Secretário-geral da Força Sindical”

 

“CTB: A superação real da crise cobra juros menores e mais investimentos

Após mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), ocorrida nesta quarta-feira (6), os juros voltaram a cair e a taxa atinge o menor patamar desde 2013, 7%.

Mesmo com as sucessivas reduções, o Brasil ainda possui a maior taxa de juros reais do mundo. É o que aponta o último estudo realizado da Infinity Asset Management que avaliou 40 economias em diferentes regiões do globo.

Nas 40 economias pesquisadas, 26 países têm taxas de juros reais negativa. O Reino Unido, por exemplo, tem taxa negativa de -2,24%, enquanto na Alemanha, a taxa está negativa em -1,92%. Nos Estados Unidos, a taxa é negativa em -1,06%.

Mesmo com a redução, os juros reais no Brasil irão se manter acima dos 3%. Índice muito alto e que inibe o interesse de investimentos – internos e externos – no setor produtivo, base fundamental para a retomada do crescimento de qualquer nação.

Não devemos ter ilusões. Não será somente reduzindo os juros que superaremos a realidade dramática de mais de 26 milhões de brasileiros, hoje, condenados ao desemprego ou a condições de subemprego. E mesmo com a queda dos juros, o Brasil teve um crescimento aproximado de 0,1% no último trimestre.

Os dados comprovam que reduzir os juros é somente um passo dentro da engrenagem do sistema. Não vemos empenho nenhum do governo em investir na retomada da economia, com o fomento de investimentos públicos e privados, para assim estimularmos a geração de emprego e reaquecermos nossa economia.

Um Brasil forte e que tenha um horizonte de crescimento com geração de emprego e valorização dos salários precisa de juros reais ainda menores e a ampliação significativa dos investimentos, sem essa receita, não haverá retomada.

Adilson Araújo
Presidente Nacional da CTB”

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