PUBLICADO EM 24 de jan de 2024
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Greve Geral na Argentina mobiliza trabalhadores

Greve Geral na Argentina/Foto: CGT Argentina

Greve Geral na Argentina/Foto: CGT Argentina

Buenos Aires testemunhou hoje uma imponente mobilização durante a greve geral que já reuniu mais de 130 mil manifestantes, conforme dados oficiais divulgados pela polícia local. Organizado pela Central Geral do Trabalho (CGT), o movimento ganha força com a adesão de mais de 1,5 milhão de pessoas em todo o país, segundo estimativas da entidade sindical.

Os manifestantes, ao longo do dia, convergiram em diferentes concentrações e marchas em direção ao Congresso Nacional, expressando apoio aos legisladores que se posicionam contrários ao megadecreto anunciado por Milei em dezembro passado. O polêmico decreto propõe uma desregulamentação econômica, buscando eliminar e modificar diversas leis aprovadas pelo Legislativo.

A controvérsia se estende também ao projeto de lei de mais de 500 artigos encaminhado pelo governo ao Congresso, cuja votação pode ocorrer ainda nesta semana na Câmara. Os manifestantes expressam repúdio a essa proposta que abrange uma ampla gama de temas.

Na Praça do Congresso, o líder do Sindicato dos Caminhoneiros, Pablo Moyano, um dos organizadores da greve geral,  fez pronunciamentos acalorados questionando as políticas governamentais. Moyano criticou veementemente um projeto que visa impor impostos aos trabalhadores com rendimentos mais elevados.

“Não permitam que considerem novamente a taxação sobre os trabalhadores! Imponham impostos sobre as grandes fortunas, não sobre os trabalhadores! Aumentem as retenções”, declarou Moyano aos manifestantes.

Além disso, Moyano apelou aos legisladores para que “não traiam os trabalhadores”, referindo-se à votação do conjunto de leis encaminhado pela administração federal ao Congresso, conhecido popularmente como Lei Ônibus.

“Estão diante de uma decisão histórica de [dizer] se estão com os trabalhadores ou com as corporações que apoiam o modelo econômico implementado pelo presidente Milei”, destacou o líder sindical, evidenciando a importância do momento para a classe trabalhadora e a postura que os legisladores deverão adotar.

Borracheiros presentes na Greve Geral

No sindicato dos pneus a greve também foi fortemente sentida. Alejandro Crespo, secretário-geral da SUTNA, explicou ao “Tiempo” que “foram realizadas assembleias em todas as fábricas durante a semana e em todos os turnos com uma participação massiva de trabalhadores que demonstraram grande preocupação com a situação econômica convocando para a greve geral, bem como um certo alívio devido às cláusulas de indexação que ganhamos nas negociações conjuntas e agora estão ativadas e garantem a proteção do poder de compra quando todo o movimento trabalhista for atingido por uma inflação de 25,5% em apenas um mês.”

Greve geral na Argentina: Alejandro Crespo dirigente dos Borracheiros/Foto: SUTNA

Greve geral na Argentina: Alejandro Crespo dirigente dos Borracheiros/Foto: SUTNA

Apesar desta situação específica, explicou Crespo, “houve um acordo entre as centrais sindicais para mobilizar-se e fazer a greve geral. Porque em pouco tempo vimos como as pensões, o poder de compra dos salários e os direitos de nos defendermos de qualquer ataque às nossas conquistas estão diretamente ameaçados. No Sindicato houve uma grande greve em todo o país e em particular nas grandes fábricas suburbanas que são Fate, Pirelli e Bridgestone, que se mobilizaram em número muito significativo e com muita raiva contra este governo e pela política libertária”.

Centrais sindicais brasileiras fazem ato de solidariedade 

Greve geral na Argentina: Solidariedade aos trabalhadores argentinos/Foto: Leandro Gomes

Greve geral na Argentina: Solidariedade aos trabalhadores argentinos/Foto: Leandro Gomes

Pela manhã do dia 24,  houve um ato em frente à embaixada Argentina, em Brasília, com a presença dirigentes das centrais sindicais brasileiras.

Eles entregaram uma carta das centrais brasileiras pedindo diálogo do governo com os sindicatos locais e a revogação do DNU e da Lei Omnibus. Ambos retiram direitos dos trabalhadores e aumentam a desigualdade social na Argentina.

Em São Paulo, o movimento sindical e  movimentos sociais fizeram manifestação na Avenida Paulista de solidariedade à greve geral, em frente o Consulado Argentino. Adriano Latero , dirigente da Força Sindical que representou a entidade, disse: ” marcamos presença no Ato em Solidariedade aos Trabalhadores e às Trabalhadoras da Argentina que decretaram Greve Geral contra o pacote de maldades do presidente de extrema direita Javier Milei, que ataca direitos e aprofunda as desigualdades. Um projeto que no Brasil derrotamos nas urnas nas eleições de 2022. Todo apoio à luta do povo argentino! A Força Sindical se soma a essa luta.”

Greve Geral na Argentina: Solidariedade aos trabalhadores argentinos. Em São Paulo, as centrais fizeram manifestação no consulado.

Greve Geral na Argentina: Solidariedade aos trabalhadores argentinos. Em São Paulo, as centrais fizeram manifestação no consulado.

Leia também: Centrais Sindicais brasileiras declaram apoio a greve geral na Argentina

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