O VII Encontro Nacional dos Frentistas será de 29 a 31/10, no Rio de Janeiro.
Evento debate avanços da categoria, segurança no trabalho e desafios nas negociações coletivas
A Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro) e entidades filiadas realizam, entre os dias 29 e 31 de outubro, o VII Encontro Nacional da categoria, na cidade do Rio de Janeiro. O evento reunirá lideranças sindicais de todo o país para debater as condições de trabalho, os desafios nas negociações coletivas e as perspectivas para o setor de postos de combustíveis.
Segundo Eusébio Luis Pinto Neto, presidente da Fenepospetro, o encontro acontece “em um bom momento da economia brasileira, com ganhos reais para diversas categorias, crescimento do setor e um governo aliado da classe trabalhadora e do povo”.
Negociações e impasses com o patronato
Apesar do cenário favorável, Eusébio ressalta que ainda há resistência de parte dos empregadores em negociar com os sindicatos:
“Setores patronais têm mostrado má vontade nas negociações, retardando acordos e deixando trabalhadores sem a cobertura das Convenções Coletivas”, afirma.
Atualmente, a categoria reúne cerca de 550 mil trabalhadores em postos e lojas de conveniência. São mais de 45 mil estabelecimentos espalhados pelo país — muitos deles funcionando 24 horas e com equipes numerosas. “Nos últimos dez anos, foram abertos mais de cinco mil novos postos”, destaca o dirigente.
Segurança e saúde no trabalho
A segurança é uma das principais preocupações da Fenepospetro.
“O frentista, além de estar exposto à violência cotidiana, lida com substâncias nocivas como o benzeno. Muitas empresas ignoram as normas de segurança, o que agrava os riscos de acidentes e doenças”, alerta Eusébio.
Ele também chama atenção para o aumento de explosões e acidentes envolvendo o manuseio de GNV (Gás Natural Veicular), reforçando a necessidade de fiscalização e treinamento.
Avanços e organização sindical
O sindicalismo do setor vem se fortalecendo. A Fenepospetro conta hoje com 60 sindicatos legalizados, além de uma Federação Estadual em São Paulo. Outros 15 sindicatos estão em processo de reconhecimento.
A trajetória de conquistas inclui a Lei 9.956/2000 que proíbe o autoabastecimento e garante milhares de empregos em todo o país. A proposta foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
“A aprovação dessa lei nos ensinou a dialogar com todas as correntes político-partidárias com sucesso”, lembra Eusébio.
O autor da lei, Aldo Rebelo — ex-deputado federal e ex-ministro —, participará de um painel no último dia do evento, 31 de outubro.
Resistência e unidade
Sob o lema “Resistência e Unidade – Por conquistas e Soberania”, o VII Encontro Nacional definirá metas e estratégias para o próximo período. Uma das principais propostas em debate será o lançamento de uma campanha nacional de sindicalização.
“A sindicalização fortalece o vínculo entre direção e base, aumentando a representatividade dos sindicatos”, afirma Eusébio.
Encerrando sua fala, o presidente da Fenepospetro enfatiza o papel político das entidades:
“Felizmente, hoje temos um governo que respeita a classe trabalhadora. No próximo ano haverá eleições, e estaremos mais uma vez do lado certo — contra qualquer tentativa de retrocesso trabalhista e social.”
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