PUBLICADO EM 28 de jun de 2021
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Freixo pede explicações de Queiroga sobre bloqueio de servidor que denunciou governo

O bloqueio foi revelado pelo deputado Luis Miranda, que publicou foto de uma conversa com o irmão pelo Whatsapp.

Freixo classificou a decisão como “ilegal” e sugeriu que a sanção é uma tentativa “esconder o propinoduto”

O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) afirmou hoje (27) em sua conta no Twitter que vai pedir que o Ministério Público Federal (MPF) cobre explicações do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre por que o funcionário de carreira Luis Ricardo Miranda foi bloqueado no sistema interno do Ministério da Saúde.

O acesso do servidor foi suspenso dois dias após ele e seu irmão, deputado Luis Miranda (DEM-DF) denunciarem à CPI da Covid-19 no Senado um suposto esquema de corrupção na aquisição da vacina indiana Covaxin, que compromete nomes chaves da administração federal, como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Entre os implicados estão o líder do governo no Congresso Nacional, Ricardo Barros (PP-PR), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o filho do presidente Eduardo Bolsonaro.

Pelas redes sociais, Freixo classificou a decisão como “ilegal” e sugeriu que a sanção é uma tentativa do governo federal de “esconder o propinoduto da vacina”.

O bloqueio foi revelado pelo deputado Luis Miranda, que publicou foto de uma conversa com o irmão pelo Whatsapp. No diálogo, o funcionário público envia uma imagem que mostra a mensagem “Usuário não possui permissões nesse sistema”. “Me bloquearam no SEI”, escreveu o funcionário público ao deputado.

O Sistema Eletrônico de Informações (SEI) é uma ferramenta de gestão de documentos e processos eletrônicos utilizada por toda administração pública federal. Lá são registradas as atividades cotidianas dos servidores. Sem acesso ao sistema, o funcionário fica impossibilitado de exercer as funções e até de fazer o registro na folha de frequência.

Funcionário público de carreira teve acesso pessoal ao sistema do Ministério da Saúde bloqueado após denunciar suposto esquema de corrupção envolvendo o governo federal / Divulgação

Tensão na CPI

O depoimento dos irmãos Miranda à CPI da Covid-19 no Senado foi marcado por tensão e embates entre senadores. Ainda assim, são depoimentos-chave nas investigações, segundo parlamentares, porque apontam possíveis irregularidades do governo federal na compra vacina indiana Covaxin. O Palácio do Planalto nega qualquer irregularidade na aquisição do imunizante.

Na sessão, o deputado Luis Miranda confirmou, após quase nova horas de depoimento, que o nome citado por Bolsonaro nas negociações da vacina era do líder do governo no Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). “Todo mundo sabe que é Ricardo Barros”, disse Miranda em depoimento.

Após a citação, Barros se manifestou nas redes sociais dizendo que não participou da compra dos imunizantes. “Não participei de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. Não sou esse parlamentar citado. A investigação provará isso”, escreveu no Twitter.

Fonte: Brasil de Fato

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