PUBLICADO EM 03 de out de 2023
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Presidente do Senado defende contribuição à sindicatos

Rodrigo Pacheco recebeu proposta das centrais sindicais sobre financiamento de sindicatos para fortalecer entidades no Brasil

Presidente do Senado recebe proposta de financiamento de sindicatos

Pacheco recebe das centrais projeto que trata sobre financiamento de sindicatos – Foto: Pedro Gontijo/Senado

O presidente do Senado Federal Rodrigo Pacheco se reuniu nesta segunda-feira (2) com representantes de centrais sindicais e recebeu uma proposta de regulação da contribuição assistencial, uma modalidade de financiamento para os sindicatos.

As centrais sindicais apresentaram a ele uma proposta de autorregulação sobre a contribuição assistencial aprovada pelo STF em 11 de setembro.

Pacheco recebe das centrais projeto que trata sobre financiamento de sindicatos

“É importante haver instrumentos e condições para esses sindicatos dialogarem e chegarem num bom termo tanto para empresas quanto para os empregados”, diz Pacheco – Foto: Pedro Gontijo/Senado

Contribuição Assistencial

A contribuição assistencial seria uma taxa a ser cobrada dos trabalhadores em caso de sucesso do sindicato em negociações coletivas.

Mesmo os trabalhadores não sindicalizados estariam sujeitos à cobrança. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu em setembro que a modalidade não viola a Constituição.

O trabalhador poderia optar por não contribuir, mas para isso teria que manifestar formalmente a sua recusa. Caso contrário, a contribuição seria automática, com desconto em folha.

Confira em vídeo o pronunciamento de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, em entrevista coletiva

Sindicato forte no Brasil

Pacheco defendeu que a Casa discuta um projeto de lei que trate do financiamento de sindicatos, sem que isso impacte o empregado.

“É importante haver vida sindical no Brasil. É importante haver instrumentos e condições para esses sindicatos dialogarem e chegarem num bom termo tanto para empresas quanto para os empregados.”

O presidente do Senado falou à imprensa que defende uma forma de autofinanciamento desses sindicatos que não impacte na volta do imposto sindical obrigatório.

“O imposto sindical obrigatório é algo que eu tenho reservas e eles [sindicatos] nem defendem. E a própria garantia na contribuição assistencial de haver o direito de oposição ao empregado”, acrescentou.

Presidente do Senado recebe proposta de financiamento de sindicatos

Centrais sindicais não querem a volta do imposto sindical obrigatório que é visto com reservas por Pacheco – Foto: Pedro Gontijo/Senado

Sustentabilidade dos sindicatos

Pacheco afirmou ainda que o Senado vai trabalhar para construir um consenso em favor da sustentabilidade dos sindicatos.

Ele garantiu que não se cogita a retomada da antiga contribuição sindical obrigatória, extinta com a reforma trabalhista de 2017 (Lei 13.467, de 2017), mas explicou que a contribuição assistencial é um instrumento diferente.

— A primeira premissa é que não há na decisão do STF a revogação do que foi feito pelo Congresso na reforma trabalhista. Ela se mantém intacta, com a faculdade da contribuição sindical, que continua sendo não-obrigatória. A contribuição assistencial pressupõe o êxito do sindicato na negociação coletiva, e esse êxito, compartilhado com os empregados. Estamos buscando há algum tempo uma forma de fomento dos sindicatos. É importante haver a vida sindical no Brasil e haver condições para esses sindicatos dialogarem — disse Pacheco.

Documento entregue pelas centrais

Os presidentes de seis centrais sindicais assinaram o Termo de Autorregulação da Contribuição Assistencial entregue ao presidente do Senado.

O documento diz que os sindicatos se comprometem a oferecer às suas categorias mecanismos de esclarecimento sobre a contribuição e também condições para a “manifestação de vontade” dos trabalhadores, incluindo cobranças não-abusivas.

Os sindicatos também propõem a punição a práticas de incentivo à recusa e de “desinformação” contra a contribuição, e demandam que não seja admitida a manifestação da recusa diretamente junto ao empregador.

Queda na arrecadação

A contribuição sindical às entidades patronais e laborais (trabalhadores) despencou 98% nos últimos 5 anos, segundo dados oficiais do Ministério do Trabalho e Emprego.

Em 2017, quando entrou em vigor a reforma trabalhista, os sindicatos, as confederações, as federações e as centrais sindicais arrecadaram R$ 3,045 bilhões.

O valor caiu para R$ 58,1 milhões em 2022. Leia a íntegra do relatório (PDF – 924 kB).

A reforma trabalhista aboliu a obrigatoriedade do imposto sindical, que os trabalhadores e empregadores pagavam para financiar as atividades sindicais. Na prática, as entidades deixaram de arrecadar, por ano, quase R$ 3 bilhões.

com informações da Agência Senado e do Poder 360

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