Foi anunciado nesta sexta (11) o vencedor do Nobel da Paz de 2024: a Nihon Hidankyo, organização japonesa que atua pela abolição das armas nucleares.
A organização foi fundada em 1956, 11 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, e representa dezenas de milhares de sobreviventes das bombas atômicas lançadas em 1945 pelos Estados Unidos sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki.
Segundo a Folha de São Paulo: “Chamados de hibakushas, os atingidos usam seus depoimentos para conscientizar o mundo dos horrores de um ataque nuclear. Logo após a guerra, o Japão reconheceu cerca de 650 mil sobreviventes —número que diminuiu desde então devido às mortes pela idade avançada”.
Faixa de Gaza
O prêmio foi entregue a Toshiyuki Mimaki, diretor da organização. Ele comparou a situação atual na Faixa de Gaza, palco de uma guerra entre Hamas e Israel há um ano, à do Japão no fim da Segunda Guerra Mundial. “Em Gaza, [os pais] seguram em seus braços crianças ensanguentadas. É como no Japão há 80 anos”, declarou.
Bombardeio de Hiroshima e Nagazaki
As bombas nucleares foram jogadas pelos EUA, durante o governo de Harry S. Truman, em Hiroshima e Nagazaki, em agosto de 1945, colocando fim da Segunda Guerra Mundial. Foram as únicas vezes em que bombas atômicas foram lançadas por um país contra o outro, matando milhares de civis, adoecendo outros milhares e comprometendo por décadas o ambiente. Estima-se que cerca de 35 mil pessoas morreram na hora e mais de 100 mil pessoas morreram por consequência da radiação.
Na época do bombardeio, as cidades de Hiroshima e Nagazaki, tinham cerca de 90% da população civil, o núcleo militar de Hiroshima, que serviu como justificativa para colocar uma cidade em pleno vigor como alvo, era irrisório. Nagazaki possuía uma forte comunidade religiosa e, no momento do ataque, igrejas repletas de fiéis foram liquidadas.
A série “Ponto de Virada, a Bomba e a Guerra Fria” mostra o avanço da União Soviética de Stalin em direção ao Japão em 1945 para resolver o conflito que prolongava a Guerra. E sugere que foi temor americano de haver mais um país comunista, ou dividido como aconteceu com a Coreia, o Vietna e a Alemanha, e não a resistência japonesa, como se alegou por décadas, que precipitou o uso das armas nucleares.
O evento, que revela todo o horror da guerra, foi um dos mais cruéis da história, promovendo uma matança injustificável sob qualquer argumento.
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