PUBLICADO EM 23 de jan de 2024
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Entenda o programa Nova Indústria Brasil

Programa Nova Indústria Brasil pretende impulsionar indústria do país até 2033 com subsídios, empréstimos com juros reduzidos, entre outros instrumentos

Entenda o programa Nova Indústria Brasil

Foto : Cadu Gomes/VPR

Programa Nova Indústria Brasil vai impulsionar a economia

Com o objetivo de impulsionar a indústria nacional até 2033, o programa Nova Indústria Brasil, lançado nesta segunda-feira (22) pelo governo, usa instrumentos tradicionais de políticas públicas, como subsídios, empréstimos com juros reduzidos e ampliação de investimentos federais.

O programa também usa incentivos tributários e fundos especiais para estimular alguns setores da economia.

A nova política tem seis missões relacionadas à ampliação da autonomia, à transição ecológica e à modernização do parque industrial brasileiro.

Entre os setores que receberão atenção, estão:

  • a agroindústria,
  • a saúde,
  • a infraestrutura urbana,
  • a tecnologia da informação,
  • a bioeconomia e
  • a defesa.

A maior parte dos recursos, R$ 300 bilhões, virá de financiamentos:

  • do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
  • da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e
  • da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

Os financiamentos do BNDES relacionados à inovação e digitalização serão corrigidos pela Taxa Referencial (TR), que é mais baixa que a Taxa de Longo Prazo (TLP).

O mecanismo de compras governamentais provoca certa polêmica, por representar um entrave nas negociações para a adoção do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.

Os empresários europeus defendem condições de igualdade com as empresas brasileiras nas licitações para a compra de bens, a realização de obras e a contratação de serviços pelo governo brasileiro.

Principais medidas anunciadas

Nova Indústria Brasil

Missões para o período de 2024 a 2033:

1. Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais

  • aumentar para 50% participação da agroindústria no PIB agropecuário;
  • alcançar 70% de mecanização na agricultura familiar;
  • fornecer pelo menos 95% de máquinas e equipamentos nacionais para agricultura familiar.

2. Forte complexo econômico e industrial da saúde:

  • atingir 70% das necessidades nacionais na produção de medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde.

3. Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis:

  • diminuir em 20% o tempo de deslocamento de casa para trabalho;
  • aumentar em 25 pontos percentuais adensamento produtivo (diminuição da dependência de produtos importados) na cadeia de transporte público sustentável.

4. Transformação digital da indústria:

  • digitalizar 90% das indústrias brasileiras;
  • triplicar participação da produção nacional no segmento de novas tecnologias.

5. Bioeconomia, descarbonização, e transição e segurança energéticas:

  • cortar em 30% emissão de gás carbônico por valor adicionado do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria;
  • elevar em 50% participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes;
  • aumentar uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em 1% ao ano.

6. Tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais:

  • autonomia de 50% da produção de tecnologias críticas para a defesa.

Recursos para financiamentos:

R$ 300 bi até 2026

  • Crédito: R$ 271 bi
  • Não reembolsáveis: R$ 21 bi
  • Equity (investimentos na bolsa de valores): R$ 8 bi

Fonte dos recursos: BNDES, Finep e Embrapii

Desse total, R$ 77,5 bi (28%) aprovados em 2023

Eixos:

Indústria Mais Produtiva (R$ 182 bi)

  • Expansão da capacidade e modernização do parque industrial brasileiro;
  • Novo Brasil + Produtivo: financiamentos com Taxa TR (juros reduzidos) para digitalização e financiamentos não reembolsáveis para até 90 mil micro e pequenas empresas;
  • R$ 4 bi do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) com Taxa TR para expansão da banda larga e conectividade.

Indústria Mais Inovadora e Digital (R$ 66 bi)

  • Financiamentos do Programa Mais Inovação: Taxa TR para apoio à inovação e digitalização pelo BNDES e pela Finep;
  • Financiamentos não reembolsáveis definidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI);
  • Criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT);
  • Ampliação do uso de instrumentos de Mercado de Capitais (recursos levantados no mercado financeiro) para as seis missões industriais.

Indústria Mais Exportadora (R$ 40 bi)

  • Criação do BNDES Exim Bank: versão do BNDES voltada para apoio à exportação;
  • Linhas de financiamento do BNDES para pré e pós-embarque de bens e aeronaves;
  • Redução do spread (diferença entre os juros cobrados do tomador e as taxas de captação dos bancos) nas linhas de preembarque.

Indústria Mais Verde (R$ 12 bi)

  • Novo Fundo Clima: projetos de descarbonização da indústria com juros a partir de 6,15% a.a;
  • Instrumentos de Mercado de Capitais voltados para transição energética, descarbonização e bioeconomia;
  • Fundo de Minerais Críticos: fundo para alavancar recursos para a pesquisa e a extração de minerais usados em baterias de energia limpa.

Outras medidas

  • R$ 20 bi para a compra de máquinas nacionais para a agricultura familiar;
  • R$ 19,3 bi do Programa Mover, para estimular tecnologias menos poluentes na indústria automotiva e desenvolver novas formas de mobilidade e logística;
  • R$ 3,4 bi do Programa de Depreciação Acelerada para a modernização de máquinas e equipamentos;
  • R$ 2,1 bi em isenção tributária para estimular produção de semicondutores e painéis fotovoltaicos;
  • R$ 1,5 bi em incentivos tributários à indústria química;
  • Antecipação do calendário de aumento de mistura do biodiesel ao diesel: 12% em abril de 2023, 14% em março de 2024 e 15% a partir de 2025;
  • Reservas para compras governamentais: indústrias nacionais terão vantagem em licitações;
  • Exigência de conteúdo nacional: percentuais mínimos de compra de produtos nacionais em obras do PAC, definidos por uma comissão do governo.

Instrumentos

  1. empréstimos;
  2. subvenções;
  3. investimento público;
  4. créditos tributários;
  5. comércio exterior;
  6. transferência de tecnologia;
  7. propriedade intelectual;
  8. infraestrutura da qualidade;
  9. participação acionária;
  10. regulação;
  11. encomendas tecnológicas;
  12. compras governamentais;
  13. requisitos de conteúdo local;

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