PUBLICADO EM 14 de out de 2022
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Em greve, trabalhadores da Avibras estão há quatro meses sem salário

Foto: Roosevelt Cássio

Maior empresa privada do segmento de Defesa do Brasil, a Avibras acumula quatro meses de atrasos no pagamento dos salários de seus funcionários. Os trabalhadores da fábrica em Jacareí estão em greve desde o dia 9 de setembro, sem perspectivas de recebimento.

São cerca de 1.400 trabalhadores que pararam de receber em julho. Apesar de ter se comprometido a fazer o pagamento ainda no mês de setembro, até agora nada foi depositado.

A Avibras está em recuperação judicial, mas tem um patrimônio líquido de aproximadamente R$ 2 bilhões. A empresa domina 25% do mercado mundial dos seus produtos, que incluem mísseis, lançadores de foguetes, veículos blindados, bombas inteligentes, sistemas de comunicação por satélite e veículos aéreos não tripulados (Vant).

Nas negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a direção da Avibras afirma que tem um crédito de R$ 40 milhões com o governo estadual gerado pelo ICMS. Esse recurso, segundo a empresa, poderia ser usado no pagamento dos salários, mas não há previsão de liberação pelo governo.

“Os trabalhadores estão passando por dificuldades financeiras e não têm resposta da empresa. Em cada novo comunicado, as informações são genéricas, sem definição de data. A direção da Avibras tem condições de levantar caixa para saldar essa dívida trabalhista. Enquanto isso não for feito, a greve vai continuar”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.

A Avibras é certificada pelo Ministério da Defesa como Empresa Estratégica de Defesa – EED.

Conquista do layoff

Em 22 de setembro, os trabalhadores da Avibras aprovaram acordo que prolongou a implantação de layoff na fábrica e garantiu a estabilidade no emprego por mais oito meses. A medida beneficiou os 420 trabalhadores que estão com os contratos suspensos.

Esses funcionários haviam sido demitidos em março, com o agravante de que não havia perspectiva de recebimento das verbas rescisórias. Os cortes só foram cancelados graças à luta organizada pelo Sindicato, que conseguiu transformar as demissões em layoff.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

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