A solidariedade é um dos valores mais preciosos na luta dos trabalhadores. Os exemplos históricos são inúmeros, desde a revolução industrial, na Inglaterra do século 18, até os dias de hoje. O 1º de Maio que se aproxima, dia de luta e comemoração em todo o mundo, é uma prova viva da importância do trabalhador ficar ao lado do trabalhador nas circunstâncias mais difíceis.
Foi esse sentido de solidariedade que me levou a abraçar e prestar meu apoio ao ex-presidente Lula, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na sexta-feira 6. Naquele instante, Lula estava, sem dúvida, vivendo um dos momentos mais difíceis de sua vida, na véspera de se entregar à Polícia Federal, para começar a cumprir a pena imposta pelo juiz Sergio Moro e, em seguida, pelo TRF4. Era o momento de prestar reconhecimento pelo serviços como sindicalista, líder político e presidente da República que ele realizou em benefício dos trabalhadores brasileiros.
Mesmo os adversários reconhecem que, nos dois governos Lula, a qualidade de vida dos trabalhadores avançou como em nenhum outro período da história do Brasil. Após iniciativa das centrais sindicais, em especial da Força Sindical, Lula assinou a lei que passou a corrigir o salário mínimo acima da inflação. Isso representou ganhos reais para os que formam a base da pirâmide social. Foi nos governos do ex-presidente, igualmente, que a economia passou a crescer com consistência e o país chegou a criar mais de um milhão de novos empregos a cada ano. Lula não pode ficar sem esse reconhecimento.
Na maioria da população, diante da prisão de Lula, se acentua o sentimento de o país ter uma Justiça que privilegia ricos, poderosos e os protegidos por imunidades e foros privilegiados. É outro forte sinal de que as coisas não vão bem na República.
Reconhecer o direito à Lula ter liberdade até o final do julgamento de seu processo legal passou a ser, assim, uma questão crucial da democracia brasileira.
A democracia brasileira já foi arranhada o suficiente, mas ainda resiste. Tirar o direito de Lula concorrer à Presidência da República e passar por novo crivo do povo brasileiro, nas urnas de outubro, representaria mais um ataque a ela. Em nome da democracia, Lula tem o direito de concorrer. Sem ele, por tudo o que representa, o pleito estará incompleto. Somente com Lula na disputa os brasileiros poderão escolher qual a agenda de crescimento e geração de empregos deverá ser adotada em nosso país. Do contrário, o risco é de não haver alternativa concreta para os trabalhadores.
Sergio Luiz Leite, Serginho é Presidente da FEQUIMFAR e 1º secretário da Força Sindical