Escrevo com a pressa de quem tem uma exígua semana para garantir o sucesso da jornada do dia 22 de março.
Estas manifestações, de esclarecimento, de protesto e de repúdio à PEC previdenciária, foram convocadas unitariamente pelas centrais sindicais e precisam dar uma demonstração contundente da relevância do movimento sindical.
O sucesso da jornada do dia 22 de março reforçará também no âmbito do Congresso Nacional todas as iniciativas de resistência dos deputados que nos são favoráveis e validará nossas articulações e propostas.
O contrário é verdadeiro: a fraqueza eventualmente revelada no dia 22 derrubará nossas pretensões e dificultará o encaminhamento favorável de nossas articulações.
Nenhuma ilusão deve pairar sobre estas duas verdades.
Enquanto se trava no Congresso esta complexa luta em várias frentes que exigirá discernimento e cooperação entre parlamentares e entidades sindicais responsáveis a vida não espera.
O acossamento dos sindicatos pela aplicação imediata da MP 873 começa a ser enfrentado juridicamente com ações vitoriosas, com a poderosa ADIN da OAB e também com iniciativas que contestam – frente ao patronato açulado pela Fiesp – a retroatividade da MP em relação aos acordos e convenções já assinados ano passado e que devem continuar produzindo os resultados negociados.
Todas as informações de que disponho sobre as panfletagens de agitação para a jornada do dia 22 confirmam uma grande aceitação pelos trabalhadores (principalmente pelas trabalhadoras) na exata medida do acerto de seu objetivo prioritário e quase exclusivo: a derrota da PEC previdenciária e a eliminação do artigo nela que possibilita a desconstitucionalização futura de novas alterações.
O sucesso da jornada do dia 22 encerrará também um ciclo de manifestações como as que realizamos desde a Conclat do Pacaembu; as dificuldades orgânicas do movimento sindical e a complexidade da luta atual nos forçarão a adotar outras formas de luta mais econômicas, mais agressivas e mais eficientes.
Persistir para o sucesso do dia 22 é persistir (agora) no acerto.
João Guilherme Vargas Neto, assessor sindical