PUBLICADO EM 07 de mar de 2018
COMPARTILHAR COM:

Força atinge repercussão internacional com protesto contra sobretaxa de 25% ao aço; opinião

A Força Sindical acaba de marcar um gol político, de repercussão internacional, ao realizar manifestação diante do Consulado dos Estados Unidos, em São Paulo, contra a intenção do presidente Donald Trump de elevar em 25% as tarifas de importação de aço para o país. A mídia internacional se fez presente em peso, representada pelas agências de notícias RAI (italiana), EFE (espanhola) e France Press (francesa). A Rede Globo captou imagens e entrevistou nossos líderes, assim como a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), responsável por todo o noticiário da Agência Brasil. As atenções da mídia deixaram claro que estamos em sintonia com um tema da maior importância, acertando em cheio na realização do protesto.

Despertando oposição em todo o mundo, pelo prejuízo potencial às exportações e, em primeira análise, ao empregos no setor siderúrgico ao redor do mundo, o ato diante do Consulado, na segunda-feira 5, foi idealizado e rapidamente organizado pelo secretário-geral da Força, o companheiro Juruna. Convidadas, as demais centrais também poderiam ter capitalizado o sucesso político e midiático do ato. Na hora combinada, porém, não enviaram representantes. Uma ausência que, esperamos, possa ser resgatada nas próximas etapas desta luta. A a sobretaxação do aço pelos EUA, conforme anunciou Trump em seu Twitter, ameaça empregos no setor siderúrgico brasileiro – e empregos têm de ser defendidos por todos os legítimos representantes dos trabalhadores.

Também na segunda-feira 5 coordenei uma produtiva reunião com presidentes da Força Sindical de diferentes Estados do País. Discutimos esse novo momento do sindicalismo, no qual o financiamento da atividade e a própria estrutura do movimento sindical estão em jogo, como todos sabemos. A boa notícia foi a de que importantes seções estaduais da Força relataram que muitos dos sindicatos filiados estão discutindo com suas bases essa nova realidade. Por diferentes caminhos, e sempre com as dificuldades típicas deste momento, muitos sindicatos têm conseguido incluir em suas negociações elementos como as contribuições assistencial e negocial em seus acordos. Esses instrumentos são da maior importância para a superação da crise e permanência das entidades sindicais em atividade. As estaduais informaram, igualmente, que uma série de ajustes em nossas estruturas estão em curso ou já foram completados, o que demonstra uma responsável postura dirigente diante das vicissitudes atuais.

Numa terceira situação, tratamos na sede nacional da Força sobre a importância de participarmos da Assembleia Geral anual da OIT (Organização Internacional do Trabalho), marcada para os meses de maio e junho, em Genebra. A OIT emitiu críticas importantes e procedentes à reforma trabalhista ocorrida no Brasil, denunciando o açodamento com que foi feita e as perdas de direitos dos trabalhadores nela embutidas. Essa postura da OIT é importantíssima para manter viva a necessidade de correção em vários pontos da reforma feita no Brasil. É a nossa pressão interna e a repercussão internacional negativa da reforma, em razão de críticas como as que têm sido formuladas pela OIT, que impedem que esse assunto seja dado, aqui, como página virada. Assim, participar da Assembleia Geral é de grande importância para os interesses dos trabalhadores brasileiros.

Com todas estas ações e muitas outras, estamos em franca atividade em nosso dia a dia. As dificuldades do momento só demonstram que a velha e boa máxima chinesa de que crise significa risco, mas também oportunidade, segue cada vez mais válida. À luta!

Sergio Luiz Leite é presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar) e 1º secretário-geral da Força Sindical

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

QUENTINHAS