Existe um grande mito de que a CLT foi inspirada na Carta Del Lavoro, de Benito Mussolini. Essa farsa foi criada para tentar deslegitimar a maior conquista dos trabalhadores no Brasil. Não à toa, essa mentira é sempre evocada por neoliberais como Guedes.
O que eles querem não é nada de novo e já vem sendo tentado há muito tempo: esmagar os nossos direitos para que se possa assim extrair mais valor, isso é, mais transferência do quanto ganhamos pela execução de nosso trabalho para o bolso do patronato.
Isso não só é injusto como é um assassinato da nossa economia e do próprio patrão. Os trabalhadores, ao consumirem cada vez menos por conta dessa maior extração do valor de seu trabalho para o bolso do patrão a partir da destruição dos seus direitos básicos, como diminuição do salário e o fim de direitos como férias remuneradas, 13o salário, auxílios de custo e garantia de trabalho, empobrecem.
Como são maioria da população, o que ocorre é um desequilíbrio da oferta e da demanda, já que há menos propensão ao consumo por parte da base da sociedade, o que incide diretamente no lucro do próprio patrão. Ou seja, ninguém sai ganhando!
A lógica neoliberal, por ser curto prazista, não pensa na economia como um todo, mas sim numa pequena parcela da população que, ao já possuir um nível de subsistência garantido, muitas vezes prefere poupar o dinheiro nos bancos em investimentos, fazendo-o não circular e aumentar ciclicamente esse arrocho salarial aos trabalhadores da base.
Ideias como essa já foram tentadas no Brasil sem sucesso, como vimos no governo de FHC, que passou pelo maior período de falências da história. A mesma história se repete agora na Argentina, novamente sem sucesso. Não podemos deixar que essa visão siga no Brasil e destrua ainda mais nosso país.
Antônio Neto é presidente da central sindical CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)