A CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins) está cobrando providências e investigação de empresas e autoridades, a respeito de dois vazamentos de amônia, ocorridos logo no início do ano em frigoríficos de Alegrete-RS e Santa Rosa-RS. O primeiro caso atingiu dois trabalhadores de uma fábrica da Minerva, e o segundo envolveu 17 empregados da Alibem.
Na Alibem de Santa Rosa, o vazamento foi na quinta (23), provocando irritação e sensibilidade nas vias respiratórias, olhos e pele dos trabalhadores (informações do portal GZH). Em nota, a Alibem informou que o vazamento ocorreu por causa de quedas de energia elétrica em Santa Rosa, e que situação foi rapidamente controlada.
Na Minerva de Alegrete, o problema ocorreu em 16 de janeiro, atingindo o operador da sala de máquinas Luan Nunes Dias e o mecânico Mario Silva. Eles abriam um tubo de amônia para realizar manutenção, quando tiveram contato direto com resíduos do produto. Rosto e outras partes do corpo foram atingidos. Silva foi internado e entubado devido à gravidade dos ferimentos – depois, foi transferido para um hospital especializado em Porto Alegre-RS. Já Dias foi liberado, ficando sob observação em sua residência. Ambos estão fora de perigo.
“Imprescindível a participação de órgãos como o MPT nesta questão, pois a utilização da amônia é um processo perigoso e que pode até gerar mortes. A CNTA acompanha o desenrolar com atenção, afinal de contas já são dois casos só no início deste ano”, afirmou o presidente da Confederação, Artur Bueno de Camargo.
A amônia é um gás usado com frequência por frigoríficos e outras empresas que possuem câmaras frias. A substância química é tóxica e inflamável, o que exige atenção no manuseio.
MPT
O STIAA (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Alegrete-RS) comunicou o fato ao Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) de Alegrete e encaminhou ofício ao Ministério Público do Trabalho, pedindo a intervenção do órgão. O documento foi endereçado ao procurador Gustavo Vianney.
“Estes acidentes com amônia têm ocorrido com frequência. Vamos seguir exigindo providências das empresas e das autoridades”, finalizou o presidente da CNTA.