A CNM/CUT, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), o DIEESE e a IndustriALL Brasil criarão um grupo técnico de trabalho para debater o setor de bens de capital. A iniciativa foi definida nesta quinta-feira (9), em reunião na sede da ABIMAQ, em São Paulo, com representantes das três entidades.
Além da criação do grupo de trabalho, a reunião tratou de outros temas como a reindustrialização brasileira, o diálogo entre trabalhadores e setor patronal, a reforma tributária, a redução da taxa básica de juros (Selic), modificação das taxa de longo prazo (TLP), e qualificação de mão de obra.
“Nós apresentamos a ABIMAQ uma série de diretrizes que achamos importantes na discussão sobre o setor de bens de capital, questões como a criação de uma câmara setorial de máquinas e equipamentos; criação de novos instrumentos de fomento e pesquisa, desenvolvimento, engenharia e inovação; e a capacitação de engenheiros e técnicos brasileiros”, afirmou o secretário-geral da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, que esteve presente na reunião.
O dirigente salientou a importância da defesa do conteúdo nacional na produção de bens de capital, para impulsionar a indústria de transformação como um todo. “Se o setor de bens de capitais está crescendo e começa a se desenvolver, é sinal que a indústria brasileira está andando muito forte”, complementa Loricardo.
Para o vice-presidente da CNM/CUT, Tiago Almeida do Nascimento, que faz parte da coordenação do setor de bens de capital na entidade, a reunião foi produtiva e o estabelecimento do diálogo com a entidade patronal é um avanço importante. Ele pontua que um dos principais problemas para o reaquecimento do setor é a taxa de juros. “Trabalhadores e empresários estão de acordo que a taxa Selic alta impede o crescimento do país”, disse o dirigente.
O secretário de comunicação da CNM/CUT e também um dos coordenadores do setor de bens de capital, Heraldo da Silva Ferreira, destacou que o momento da conversa é oportuno por causa da chegada do novo governo federal ao poder. As primeiras conversas com a ABIMAQ foram ainda no ano passado, imaginando a chegada do novo cenário.
“Entendemos que a iniciativa do ramo metalúrgico, através da CNM/CUT e da Industriall, ainda no governo passado, foi acertada, e porque não dizer preventiva, no sentido de reconstruir e manter uma indústria forte e competitiva. Agora o novo governo vem debatendo recuperação da indústria em várias frentes, entendemos que o setor de bens de capital, um dos mais importantes de nossa indústria, tem um papel fundamental nesta demanda”, afirmou o dirigente.
Já o presidente da IndustriALL Brasil, Aroaldo Oliveira, reforçou a amplitude dos itens debatidos com a ABIMAQ. “Tocamos em todos os aspectos relacionados ao setor de bens de capital, desde as questões trabalhistas, tecnológicas, produtivas, até a visualização do futuro”.
Estiveram presentes também, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, Leandro Candido Soares, o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Santa Catarina, Wanderlei Monteiro, o presidente e secretário-geral da FEM/CUT-SP, Erick Pereira da Silva e Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max, o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de BH e Contagem, Mario Henrique, e a economista do Dieese, Renata F.