
Foto: Jaélcio Santana
“A Central é democrática e defende o diálogo para resolver os problemas nacionais”, disse João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força, ao observar que o Brasil passa por um momento político incerto e os trabalhadores não podem perder o rumo e optar por uma única versão. “Às vezes se tomam decisões políticas extremadas e, quando isto acontece, os trabalhadores perdem”, declarou.

Foto: Jaélcio Santana
Durante a palestra, que durou cerca de duas horas, Ciro Gomes defendeu a revogação pura e simples da reforma trabalhista aprovada em novembro de 2017. “Essa reforma trabalhista é uma selvageria. E deve ser revogada pura e simplesmente”. Para ele, “é preciso proteger o trabalho porque o trabalho é a parte mais vulnerável na relação com o capital. Portanto, o estado tem de intermediar esse conflito eterno, de maneira a proteger a parte mais frágil”.
Na visão de Ciro Gomes, “é preciso entender porque esta nova lei trabalhista é uma selvageria: porque tem razões processuais absolutamente equivocadas. Essa reforma foi proposta pelo Fernando Henrique em 1993. Era tão ruim que ficou na gaveta mofando, depois de passar nas comissões da Câmara. Pegaram aquela reforma como se ainda fosse atual e passaram na Câmara, passaram pelo Senado. O Senado repugnou a reforma, os senadores entenderam que não dava para votar, mas se fizessem mudanças teria de voltar para a Câmara. Fizeram uma mirabolância à brasileira. O Senado disse: vamos votar o que não dá para votar, se o presidente da República aceitar vetar três artigos. O presidente fez uma carta e assinou, se comprometendo a vetar, mas não cumpriu o acordo. Qualquer juiz do trabalho pode fazê-lo alegando a nulidade do processo”.
O candidato do PDT criticou o trabalho intermitente – 580 mil trabalhos formais substituídos por intermitentes –, e os funcionários não conseguem pagar a contribuição previdenciária com seus ganhos. E outros 1.400 mil trabalhadores se evadiram da Previdência.
Juruna lembrou que Ciro Gomes e Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical, foram os que mais batalharam pela PLR (Participação nos Lucros ou Resultados), que foi instituída por meio de medida provisória em 1994, na época que Ciro Gomes era ministro da Fazenda. Depois a MP virou lei. Coube à diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, Monica Veloso, entregar uma placa em homenagem ao ex-ministro.
Contribuição sindical
Ciro defendeu a devolução da contribuição sindical para a organização dos trabalhadores e não deixar que aconteçam mais episódios como os da usina Santo Antonio, quando os funcionários revoltados, sem liderança, quebraram tudo.
Projeto
Ciro defendeu o saneamento das contas públicas, a retomada da proposta de industrialização, a revogação da Emenda Constitucional 95, que congela verbas da saúde e da educação por 20 anos, entre outros pontos.