PUBLICADO EM 17 de out de 2024
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Cerca de 2500 empregos estão em risco em Osasco

Futuro do terreno da Cobrasma pode acelerar o desemprego e a desindustrialização em Osasco. Cerca de 2500 empregos estão em risco

Cerca de 2500 empregos estão em risco em OsascoAo menos 2.500 empregos formais correm risco de desaparecer nos próximos meses em Osasco. Parte significativa deles estão dentro e nos arredores do terreno da Cobrasma.

Contra o aumento do desemprego e avanço da desindustrialização na cidade, metalúrgicos vão protestar nesta sexta-feira, 18, a partir das 8h em frente ao terreno, onde hoje a CBFA está instalada.

A empresa fica exatamente na Rua Professor Luis Eulálio de Bueno Vidigal, 441, no Centro de Osasco, onde há 56 anos soou o apito que deu início a greve de 1968.

“O futuro de Osasco está ameaçado. Dependendo da forma que o terreno for usado, a cidade pode avançar para se tornar uma cidade dormitório”, explica o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, Gilberto Almazan (Ratinho).

O dirigente diz isso porque dos 2.500 postos de trabalho em risco, aproximadamente 2.000 estão vinculados à indústria de transformação em destaque, empresas como:

  • Meritor do Brasil Sistemas Automotivos Ltda.,
  • Falcon Estaleiros do Brasil Ltda e
  • Belgo Bekaert Arames Ltda.

Entenda o caso

A Cobrasma teve a sua sede, em Osasco, arrematada no valor de quase R$ 200 milhões para cumprir determinação de ação trabalhista que está em andamento desde 1996.

A empresa, no entanto, entrou com recurso no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e reclama a existência de vícios na alienação judicial, entre eles o preço de avaliação do imóvel.

Meses depois, a Câmara Municipal de Osasco aprovou a mudança no zoneamento onde fica o terreno, passando de área industrial para mista.

Tal mudança pode provocar a saída de indústrias importantes da cidade, e prejudicar a chegada de novas.

O Sindicato também entrou com recurso na Justiça por uma questão social, já que, a depender do uso do terreno, milhares de vidas podem ser afetas direta e indiretamente.

Levantamento feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a pedido da entidade, mostra que, entre 2011 e 2023, o número de trabalhadores na indústria de transformação passou de 31.755 para 18.125.

De acordo com o levantamento, foram fechados 13.630 postos de trabalho que significou uma diminuição de 42,9% no número de trabalhadores.

O impacto na economia é direto. O mesmo estudo mostra que:

“a massa salarial dos trabalhadores da indústria de transformação de Osasco em dezembro de 2011, atualizada aos preços de 2024 seria de R$ 153,8 milhões, enquanto os valores registrados em dezembro de 2023, também atualizado, indica R$ 81,3 milhões”.

Ou seja, menos arrecadação para a cidade.

Por isso que, para alertar a população e as autoridades sobre os riscos, acontece nesta sexta, 18, o protesto.

“A preservação do terreno da Cobrasma deve ser uma questão de interesse coletivo. Todos precisam se envolver nessa luta contra a extinção de empregos de qualidade e da memória histórica da cidade, que já foi conhecida pelo seu polo industrial e resistência operária a ditadura civil-militar”.

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