PUBLICADO EM 26 de mar de 2020
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Centrais pedem apoio a Toffoli contra MPs que mudam contratos de trabalho

Representantes das centrais sindicais – CUT, Força Sindical, UGT, NCST, CSB e do Dieese participaram nesta quinta-feira (26), de uma videoconferência com o presidente do STF, Dias Toffoli, as informações são da jornalista Vera Magalhães, do site BR Político.

“Interceda junto ao Executivo pela participação dos trabalhadores nas discussões de medidas emergenciais”, pedem sindicalistas a Toffoli

A videoconferência, solicitada pelos representantes das centrais, foi cercada de muitas críticas às medidas provisórias 927 e 928, que estabelecem mudanças em contratos de trabalho e permitem suspensão temporária de trabalho e outras flexibilizações enquanto durar a calamidade pública.

Torres: “MP 927 é um desastre e ataca os trabalhadores no momento em que mais precisam do apoio do Estado. Falta sensibilidade ao governo com os trabalhadores”

Os sindicalistas alertam para a insegurança jurídica que provocam as MPs.  defenderam que seja recebida a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que contra as medidas. “MP 927 é um desastre e ataca os trabalhadores no momento em que mais precisam do apoio do Estado. Falta sensibilidade ao governo com os trabalhadores”, diz Torres.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, pediu o apoio de Toffoli e do STF para a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6346, impetrada pela CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), contra a medida provisória 927 do governo, convertida em MP 928, que tira os sindicatos das negociações coletivas entre empresas e trabalhadores nesta época de coronavírus.

O dirigente também solicitou apoio à ADI que pede a anulação das homologações dentro das empresas. “Com a presença dos sindicatos nas homologações e nas negociações coletivas haverá, com certeza, uma maior tranquilidade para os trabalhadores e para as próprias empresas”.

Toffoli disse, durante a reunião remota, que o papel do STF neste momento é de ser moderador. “Um dos papeis do Judiciário é a moderação de conflitos entre entes federativos, como tem acontecido nos embates entre governo federal, Estados e municípios”, disse o presidente do STF.

O ministro Dias Tofolli, na conferência com sindicalistas – Foto: Twitter de João Carlos, Juruna

Ele ressaltou que a defesa da saúde deve ser prioridade, mas cotejada com a defesa do emprego. “Tenho defendido os empregos em conversas com os empresários e também em conversas com representantes dos trabalhadores. E, ainda que a crise exija tomada de decisões singulares neste momento, o importante é que as decisões, no geral, sejam tomadas de forma acordada”, disse.

“Não podemos permitir que esta MP 927 prospere. É uma medida desastrosa neste momento, inclusive do ponto de vista da retomada econômica no futuro”, disse Sérgio Nobre.

“Queremos o seu apoio, ministro, à nossa pauta que tem como prioridade garantir a saúde, a preservação dos empregos e da renda da classe trabalhadora e também do parque produtivo, para atravessar essa crise. E essa garantia tem de ser viabilizada pelo Estado, hoje sem comando”, afirmou Sérgio Nobre ao presidente do STF.

Adilson Araújo, presidente da CTB, considera que a reunião foi um passo importante no esforço nacional de combate aos efeitos sociais e econômicos da pandemia, que em sua opinião “não é uma mera gripezinha”.

“A doença nos preocupa por demais”, enfatizou, ressaltando a necessidade de medidas emergenciais para proteger a vida e a saúde do povo, visando a preservação dos empregos e salários, a prorrogação do seguro desemprego e a garantia de um salário mínimo para trabalhadoras e trabalhadores informais.

Ele defendeu a imediata suspensão de cortes no fornecimento à população de água, energia e outros bens essenciais durante a crise.

Proteger salários e empregos, segundo Araújo, é a forma mais justa e eficaz de proteger também a economia dos impactos depressivos do coronavírus, preservando o mercado interno e estimulando a recuperação do PIB após a quarentena.

As lideranças das centrais sindicais defenderam a manutenção do acordo coletivo. E pediram que Toffoli interceda junto ao Executivo para que os trabalhadores participem do processo de discussões de medidas emergenciais e contra a ideia de medidas provisórias sem prazo de validade.

Participaram da videoconferência: Sérgio Nobre (CUT), Ricardo Patah (UGT), Adilson Araújo (CTB), Antônio Neto (CSB), José Calixto (Nova Central), João Carlos Gonçalves, o Juruna (Força Sindical), o deputado federal Paulinho da Força, Canindé Pegado (Condefat) e Clemente Ganz Lúcio (Dieese).

com informações do BR Político

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