As centrais sindicais enviaram, nesta quarta-feira (28), uma carta ao presidente da República em solidariedade ao jornalista Julian Assange que está preso no Reino Unido.
As lideranças sindicais propõe que o presidente Lula promova um esforço internacional junto a outros países para que seja aceto asilo político por parte do governo inglês. “Acreditamos que, independente do resultado, este esforço vigoroso em defesa de Assange contribuirá para marcar ainda mais a posição humanitária e progressista do governo brasileiro no mundo, como tem sido a nossa marca desde 1º de janeiro de 2023.”
Confira a íntegra da nota:
Solidariedade a Julian Assange
Excelentíssimo Senhor Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Nós, abaixo assinados, cientistas, jornalistas, professores, sindicalistas, lideranças da sociedade civil e entidades, vimos solicitar, respeitosamente, seu apoio, providências legais e diplomáticas no sentido do Brasil conceder, da forma a mais ágil possível, asilo político ao jornalista Julian Assange, hoje preso no Reino Unido.
Diante dos fatos recentes envolvendo a extradição para os EUA – onde Assange poderá ser condenado a até 175 anos de prisão por revelar fatos verdadeiros a respeito daquele país – um conjunto de profissionais, lideranças da sociedade civil e entidades iniciaram um movimento via redes sociais visando construir uma saída humanitária para o caso, hoje acompanhado de perto por toda a comunidade internacional. Vale ressaltar que Assange ficou exilado na Embaixada do Equador em Londres por sete anos e depois de preso está há outros quatro numa penitenciária, totalizando 11 anos sem liberdade.
Concretamente, propomos que Vossa Excelência promova um esforço internacional junto a outros países – a começar pelos do Brics e do G20 – com vistas a obter a aceitação deste asilo político por parte do governo inglês. Na mesma linha da iniciativa do Presidente Obrador, do México, em 2022, que fez pedido semelhante ao governo estadunidense, o governo brasileiro o faria diretamente ao Reino Unido, apoiado por personalidades mundialmente reconhecidas como o Papa Francisco, o ator Leonardo Di Caprio, a cantora Anita, o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, o compositor e escritor Chico Buarque de Holanda, jornalistas ganhadores do Prêmio Pulitzer como Seymour Hersh e outros.
Acreditamos que, independente do resultado, este esforço vigoroso em defesa de Assange contribuirá para marcar ainda mais a posição humanitária e progressista do governo brasileiro no mundo, como tem sido a nossa marca desde 1º de janeiro de 2023.
Certos de que a sensibilidade política, o senso de Justiça e o humanismo que sempre marcaram sua atuação irá influenciar na sua decisão em relação a assunto de tamanha gravidade, nos despedimos atenciosamente.
São Paulo, 28 de junho de 2023
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)Confira o documento original_CartaAssange
Leia também:
Abaixo assinado pede que Lula conceda asilo político a Assange
Centrais enviam carta ao presidente em solidariedade a Assange
Abaixo assinado pede que Lula conceda asilo político a Assange
Um encontro com Julian Assange na prisão
“Salvar Assange; obrigação de todos os homens e mulheres de bem!”
O Brasil precisa de uma imprensa forte, livre e questionadora
Conselho de Comunicação Social denuncia violência contra jornalistas e radialistas
Daniel Ellsberg, pacifista, um herói americano
Batalha Bilionária desmonta imagem de bondade do Google; série
Filmes sobre a atualidade mostram ódio e repúdio aos direitos humanos
As músicas de John Lennon mostram que o sonho nunca acaba
Sábado é dia de luta em defesa da soberania nacional
Redes sociais: o dilema entre a humanidade e a tecnologia
A falsa horizontalidade das manifestações intermediadas pelas redes sociais
Apenas as oscilações no valor das commodities não explicam a política da América do Sul
Filmes que tratam da relação entre dados sigilosos, imprensa e governo
Bolsonaro proibe, na prática, o financiamento sindical
“A Grande Aposta”: quem ganha com a crise?; filme