PUBLICADO EM 12 de mar de 2025

Categoria da Alimentação lança campanha pelo Fim da Escala 6X1

Categoria da Alimentação lança campanha pelo Fim da Escala 6X1, Com Redução da Jornada, Sem Redução de Salário

A CNTA – Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins, juntamente com a CONTAC-CUT – Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação da CUT e a UITA – União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação, lançaram na terça-feira (11) a Campanha Nacional da Categoria, com o nome “Fim da Escala 6×1, Com Redução da Jornada, Sem Redução de Salário”.

O lançamento foi através de uma transmissão ao vivo no Youtube da rádio Educadora de Limeira (www.educadora.tv)


Após as saudações iniciais dos presidentes da CNTA e da CONTAC, Artur Bueno de Camargo e Josimar Cechin, quem fez a explanação inicial foi o Médico do Trabalho e coordenador do www.obagro.com.br, Dr. Roberto Ruiz.

Ele deu destaque à recente matéria publicada pelo G1 que apresenta um mapa dos afastamentos por doenças mentais no país, apontando uma verdadeira epidemia.

Os esgotamentos, muitas vezes, têm relação direta com o trabalho excessivo. A matéria pode ser conferida aqui.

O diretor técnico do DIEESE, Victor Pagani, falou na sequência. Ele enumerou uma série de benefícios que a redução da jornada de trabalho traria, como o aumento da produtividade, já que o trabalhador produz mais quando está mais motivado e descansado.

“Já temos experiências de empresas de todos os tamanhos, que reduziram a jornada e têm avaliação positiva dos resultados, inclusive com diminuição de faltas e afastamentos”, disse.

Além desses aspectos, Pagani cita um “ciclo virtuoso de desenvolvimento econômico e social”, já que com a redução todos ganham, especialmente a médio e longo prazos.

Na sequência, o procurador do MPT – Ministério Público do Trabalho, Dr. Sandro Sardá, destacou a iniciativa histórica da campanha.

Citou que a precarização do trabalho, via Reforma Trabalhista de 2017, os baixos salários e as jornadas massacrantes geram um quadro de transtornos mentais e acidentes em larga escala no país.

Apontou que a situação é ainda pior no setor de frigoríficos. E que a Saúde é um direito fundamental e constitucional.

A juíza do Trabalho no TRT da 4ª Região, Dra. Valdete Severo, falou sobre leis, direitos e deveres, e sobre como a legislação deveria ser cumprida.

“Vivemos em uma sociedade adoecida, e esse adoecimento tem a ver, sem dúvida nenhuma, com a extensão do tempo de trabalho, não só em função da jornada, mas o que o trabalho tem demandado quando se está fora do ambiente de trabalho, nos mecanismos virtuais, redes sociais, e-mails, WhatsApp, etc…”.

De acordo com ela, trocamos o tempo de nossas vidas, no trabalho, em troca de salário, então essa é a principal demanda dos trabalhadores, a melhor luta a se fazer.

E citou a revogação da Reforma Trabalhista, que deve estar na pauta do movimento sindical, por tudo o que ela significou de atraso e prejuízo ao trabalhador brasileiro.


Já o dirigente sindical do STILASP – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Laticínios e Alimentação de São Paulo, Josenildo Antônio, contou sobre a experiência do sindicato de coordenar uma paralisação em uma unidade da Pepsico, uma das maiores empresas de bebidas e alimentos do mundo, com a reivindicação de redução de jornada.

E a Deputada Federal Daiana Santos (PCdoB/RS) comentou as falas da live, amarrando com um projeto dela sobre a redução da jornada no Brasil.


No final, Artur Bueno de Camargo e Josimar Cecchin agradeceram aos expositores e afirmaram que vão batalhar para unificar todos os trabalhadores, de todas as categorias, para que, juntos com os trabalhadores da alimentação, seja possível conquistar a redução da jornada, sem redução de salário.

Vale a pena assistir à live, com as explanações, que pode ser acessada aqui.

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