A campanha, batizada de “Bolsocaro”, tem cartazes, no formato daqueles conhecidos lambe-lambes, nas cores amarelo e vermelha, como os das promoções de supermercados, só que ao invés de preços baixos, bate nos preços extorsivos que a população está pagando pelo arroz, pela carne, gás de cozinha, gasolina e produtos da cesta básica em geral.
Além dos valores dos preços da alimentação, os cartazes têm frases como “Tá muito caro”, “Tá na conta do Bolsonaro”, “Essa conta não é nossa”.
Sem o auxílio emergencial e enfrentando um alto índice de desemprego, que atinge 14 milhões de brasileiros, a população está cada vez mais sem condições de arcar com o custo da alimentação. Somente em janeiro deste ano 2 milhões de pessoas entraram para o grupo da extrema pobreza. Enquanto isto, o governo se preocupa em fazer reformas fiscais que atingem ainda mais quem precisa dos serviços públicos.
O custo da alimentação atinge em cheio os trabalhadores e trabalhadoras que ganham um salário mínimo (R$ 1.100,00). O valor está abaixo das necessidades de uma família de quatro pessoas. Em janeiro deste ano, o mínimo deveria ser de R$ 5.495,52, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A cesta básica para uma única pessoa, em São Paulo, também em janeiro deste ano, custou R$ 654,15, quase 60% do salário mínimo.
A iniciativa da campanha “Bolsocaro” é de um grupo de amigos designers. Integrantes do grupo, localizados pela reportagem da Folha, não querem ter os nomes divulgados. Para eles, o anonimato mantém a campanha independente e preserva a segurança do grupo.
Fonte: Redação CUT