PUBLICADO EM 28 de set de 2018
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Brasil criou 221 mil empregos formais em 2017, após dois anos de queda

Em 2015 e 2016, o país perdeu 1,5 milhão e 2 milhões de empregos formais, respectivamente. Comparado à série histórica, o estoque de vagas de trabalho no ano passado se mantém inferior ao de períodos anteriores, como 2013 (48,9 milhões), 2014 (49,5 milhões) e 2015 (48 milhões).

A agropecuária foi um dos setores que lideraram a criação de empregos em 2017 no país/Foto: Marília Garcia Senlle/ISA/Direi

 

Após duas grandes quedas consecutivas, o emprego formal no Brasil voltou crescer em 2017, com o país registrando saldo de 221 mil novos postos de trabalho em diferentes atividades do setor público e privado. Com o aumento de 0,48%, em comparação com o ano anterior, o estoque de vínculos trabalhistas fechou o ano passado em cerca de 46,3 milhões de empregos. Os dados são da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgada hoje pelo Ministério do Trabalho.

O saldo positivo na evolução dos empregos formais reverte tendência de queda, mas não recupera o nível do mercado de trabalho apresentado em anos anteriores. Em 2015 e 2016, o país perdeu 1,5 milhão e 2 milhões de empregos formais, respectivamente. Comparado à série histórica, o estoque de vagas de trabalho no ano passado se mantém inferior ao de períodos anteriores, como 2013 (48,9 milhões), 2014 (49,5 milhões) e 2015 (48 milhões).

Os números revelam expansão no emprego formal tanto de homens quanto de mulheres, o que, segundo o Ministério do Trabalho, reflete uma tendência de ampliação feminina na força de trabalho. Os postos de trabalho registraram aumento de 0,53% nas vagas destinadas a mulheres, enquanto o aumento nas vagas ocupadas por homens alcançou 0,44%.

Setores aquecidos
Na divisão por setores econômicos, três deles foram preponderantes para o saldo positivo: serviços, administração pública e agropecuária. Enquanto o estoque de empregos celetistas perdeu cerca de 200 mil empregos, as vagas para servidores públicos estatutários aumentaram pouco mais de 300 mil.

Com crescimento de 4,18% em relação a 2016, os empregos no setor público impulsionaram o aumento, chegando a 9,19 milhões de vagas. Os empregos formais na agricultura, pecuária e trabalhos de extração, caça e pesca ficaram em segundo lugar no ranking de crescimento proporcional, com 25 mil novas vagas e aumento de 1,68%. Setor que mais emprega no país, o de serviços apresentou um saldo positivo de 0,38%, o que representa quase 64 mil novos empregos.

Já o comércio, setor com o segundo maior número de vagas, registrou queda de 0,37% no saldo de empregos em 2017, fechando o ano com 9,23 milhões de vagas, 34 mil a menos do que no ano anterior. A maior baixa proporcional registrada foi a da construção civil, com -7,38% de empregos formais, ou queda de 146 mil postos, seguida pelo setor extrativo mineral (-4,06%).

Entre os estados, o que mais criou empregos proporcionalmente à população foi Tocantins, com crescimento de 6,1% no estoque formal de vagas entre 2016 e 2017. Roraima (alta de 5,8%) e Goiás (+4,6%) completam a lista dos três maiores aumentos. Já na comparação entre regiões em números absolutos, o Sudeste foi o responsável pelo maior volume de novos empregos: cerca de 23 mil, seguido por Nordeste e Sul, ambos com mais de 8 mil novas vagas cada.

Entenda
Uma das principais fontes de dados sobre os trabalhadores brasileiros, a Rais é divulgada anualmente pelo Ministério do Trabalho, que recebe as declarações individuais dos empregadores sobre o perfil dos funcionários. As informações são utilizadas para pesquisas, estudos do governo e servem como base para a identificação dos trabalhadores com direito ao recebimento do abono salarial.

Este ano, pouco mais de 8 milhões de estabelecimentos enviaram declarações ao governo federal, metade deles com nenhum empregado registrado em 2017. Com a Rais, é possível encontrar diagnósticos sobre o mercado de trabalho, avaliar a eficácia de políticas públicas e fornecer dados desagregados de acordo com diferentes recortes, como município, faixa etária, gênero e remuneração.

Fonte: Agência Brasil

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