A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (29) pelo IBGE, revelou que, entre agosto e outubro de 2024, o desemprego no Brasil caiu para 6,2%, o menor índice registrado nos 152 trimestres móveis da série histórica iniciada em 2012. Esse percentual corresponde a 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego, a menor marca desde dezembro de 2014.
Marcas Históricas de Ocupação
O número de pessoas ocupadas também atingiu recordes históricos, chegando a 103,6 milhões de trabalhadores. Desses, 53,4 milhões estavam empregados no setor privado, sendo 39 milhões com carteira assinada e 14,4 milhões sem carteira, ambos números recordes. O setor público também registrou um número inédito de trabalhadores, com 12,8 milhões de pessoas.
Com isso, o nível de ocupação – proporção de pessoas com 14 anos ou mais trabalhando – alcançou 58,7%, o maior da série histórica. Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, “a expansão recorrente da ocupação em 2024 gerou recordes que superaram marcas anteriores, como o nível de ocupação, cuja máxima anterior era de 58,5%, registrada em 2013”.
Indústria, Construção e Outros Serviços Impulsionam Ocupação
Três setores lideraram o aumento da ocupação em comparação ao trimestre anterior (maio a julho):
- Indústria: Crescimento de 2,9% (+381 mil pessoas).
- Construção: Alta de 2,4% (+183 mil pessoas).
- Outros serviços: Expansão de 3,4% (+187 mil pessoas).
Esses setores, juntos, adicionaram 751 mil trabalhadores ao mercado. A Construção, em particular, registrou sua maior expansão de 2024, conforme destacou Beringuy.
Comparação Anual Reforça Crescimento Generalizado
Em relação ao mesmo período de 2023, sete dos dez grupamentos de atividades registraram aumento no número de trabalhadores. Os destaques foram:
- Administração Pública, Educação e Saúde: +802 mil pessoas (+4,4%).
- Indústria: +629 mil pessoas (+5,0%).
- Construção: +373 mil pessoas (+5,1%).
Por outro lado, a Agricultura e a Pecuária apresentaram retração de 5,3% (-446 mil pessoas), enquanto os setores de Serviços Domésticos e Alojamento e Alimentação permaneceram estáveis.
Informalidade e Massa Salarial Também Atingem Recordes
A informalidade cresceu, atingindo 38,9% da população ocupada, o que representa 40,3 milhões de trabalhadores, o maior contingente da série histórica iniciada em 2016. Apesar disso, houve estabilidade no número de trabalhadores por conta própria (25,7 milhões).
Rendimento e Massa Salarial
O rendimento real médio dos trabalhadores foi de R$ 3.255, sem variação significativa no trimestre, mas com alta de 3,9% no ano. Já a massa salarial habitual chegou a R$ 332,6 bilhões, registrando crescimento de:
- 2,4% no trimestre: +R$ 7,7 bilhões.
- 7,7% no ano: +R$ 23,6 bilhões.
Segundo Beringuy, o aumento da massa salarial reflete a expansão no número de trabalhadores empregados, mesmo com o rendimento médio estável.
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