PUBLICADO EM 28 de jan de 2022
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Bolsonaro ignora ordem de Moraes e falta a depoimento na Polícia Federal

Presidente deveria depor sobre vazamento de documentos sigilosos de uma investigação da Polícia Federal sobre ataque hacker ao TSE

Presidente deveria depor sobre vazamento de documentos sigilosos de uma investigação da Polícia Federal sobre ataque hacker ao TSE – Foto: Reprodução

Como era previsto, Jair Bolsonaro ignorou a ordem do ministro do Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e não compareceu ao depoimento marcado para ele prestar na Polícia Federal, nesta sexta-feira (28). A posição da Advocacia-Geral da União (AGU) e do ministro da Justiça, Anderson Torres, é de que o chefe do governo não é obrigado a comparecer por ser investigado no inquérito.

Bolsonaro deveria depor sobre vazamento de documentos sigilosos de uma investigação da PF sobre ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente tinha que esclarecer como teve acesso a uma investigação sigilosa da PF. Bolsonaro teria acessado os dados sobre o ataque ao sistema do TSE porque o deputado Filipe Barros (PSL-PR), relator da PEC do voto impresso, teria pedido, e obtido, esse privilégio ao delegado Victor Feitosa Campo, da superintendência da PF.

Agora, o plenário do STF deve julgar recurso da AGU, com o alegação de que, na condição de investigado no inquérito, Bolsonaro não é obrigado a comparecer. O advogado-geral da União, Bruno Bianco, foi à PF no lugar de Bolsonaro.

O chefe do Executivo afirmou, segundo a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, que é perseguido por Alexandre de Moraes. O ministro lhe dá “tratamento que nunca deu nem a traficante de drogas”. Também afirmou que Moraes quer “botar fogo no Brasil e depois colocar a culpa em mim”.

Desculpas
Os ataques de Bolsonaro ao STF, e particularmente a Moraes, chegaram ao auge nas “comemorações” do 7 de setembro, quando o presidente desferiu uma série de ofensas ao ministro e prometeu que não cumpriria mais decisões dele. Dois dias depois, diante da enorme repercussão negativa, e vendo que o golpe que pretendia falhou, recuou.

Em nota divulgada na tarde do dia 9, escrita, na verdade, por Michel Temer, Bolsonaro praticamente pediu desculpas a Moraes e disse que nunca teve “intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. Chegou a mencionar as “qualidades como jurista e professor” de Moraes e em tom ameno declaro que “existem naturais divergências em algumas decisões” do ministro.

Fonte: Rede Brasil Atual

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