PUBLICADO EM 30 de jun de 2023
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Baixa vacinação contra a gripe Influenza preocupa especialistas

A médica Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, afirma que esses números estão abaixo do esperado e representam o recorde de baixa cobertura desde o início das campanhas de vacinação contra a gripe.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Dados do Ministério da Saúde revelam que apenas 55% dos idosos foram vacinados na Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza deste ano, no período de março a maio, em comparação com o mesmo período do ano passado. A médica Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, afirma que esses números estão abaixo do esperado e representam o recorde de baixa cobertura desde o início das campanhas de vacinação contra a gripe.

A preocupação aumenta devido ao fato de que a população idosa está em crescimento, enquanto a parcela de pessoas abaixo de 30 anos está diminuindo, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa que há uma população mais suscetível à gripe, o que aumenta o risco de complicações para os idosos.

O Ministério da Saúde também destaca que os registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza em idosos aumentaram 4,5 vezes em 2023 em comparação com o mesmo período de 2022, e 96,1% desses casos necessitaram de hospitalização até maio deste ano. Além disso, os idosos têm maior risco de acidente vascular cerebral (AVC) até dois meses após a infecção pelo vírus Influenza.

A médica Rosana Richtmann alerta que a gripe pode desencadear complicações cardiovasculares e ressalta a importância da vacinação como forma de prevenção não apenas da gripe, mas também de outras condições respiratórias. Ela destaca que, com a idade, as pessoas têm maior chance de desenvolver complicações decorrentes da gripe, devido a problemas como diabetes, hipertensão e doenças respiratórias.

A adesão dos idosos à campanha de vacinação contra a Influenza tem diminuído, o que tem impacto negativo nesse grupo. O coordenador do boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marcelo Gomes, afirma que as ações tomadas para diminuir o impacto da COVID-19 resultaram em queda dos demais vírus respiratórios, mas, à medida que a normalidade é retomada, os vírus voltam a circular. Ele destaca que a percepção de risco associado aos vírus da gripe diminuiu, o que pode ter influenciado na baixa procura pela vacina contra influenza.

Além disso, o vírus H1N1 reapareceu este ano, com maior presença e maior risco de agravamento em comparação com o H2N2, que foi mais presente em 2022. Marcelo Gomes ressalta a importância do uso de máscaras de proteção por pessoas com sinais de gripe, especialmente em ambientes públicos e transporte coletivo.

Com o aumento do número de óbitos causados pela Influenza no Brasil, especialmente entre os idosos, as infecções respiratórias se tornaram a quarta maior causa de mortalidade nessa faixa etária. A vacinação contra a gripe é fundamental para proteger essa população e reduzir complicações relacionadas à doença.

Fonte: Agência Brasil

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