O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fez um levantamento, com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2021 e nos balanços dos bancos, para apurar os reflexos do reajuste de 4,58% da categoria bancária na economia do país.
De acordo com o levantamento do Dieese, o aumento real obtido pela categoria, nos salários, vales refeição e alimentação, e demais cláusulas econômicas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs) específicos dos empregados de cada banco, vai injetar aproximadamente R$ 10,9 bilhões na economia do país.
Considerando a massa salarial anual, o total recebido nos vales alimentação e refeição e Participação nos Lucros e Resultados (PLR), o montante injetado na economia chega a, aproximadamente, R$ 80,3 bilhões.
“O aumento real obtido pela luta da categoria, juntamente com seus sindicatos, proporciona ganhos não apenas para as bancárias e bancários, mas para toda a classe trabalhadora, para pequenos e médios comerciantes e para a economia do país de uma forma geral”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.
A sindicalista lembra que estes ganhos se estendem para o todo o país, pois a Convenção Coletiva é válida em todo o território nacional.
“Temos um piso salarial nacional, os tíquetes têm o mesmo valor em São Paulo, ou em qualquer outro estado, ou cidade. E isso ajuda a fazer com que o reajuste contribua com a economia nacional”, completou Juvandia, que também é coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Ganhos
Na Campanha Nacional de 2022, os bancários aprovaram uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) válida por dois anos, com aumento real de 0,5% acima da inflação (INPC).
Com isso, neste ano a categoria teve aumento de 4,58% nos salários e em todos os direitos econômicos definidos na CCT, como VR e VA, Participação nos Lucros e Resultados (PLR), auxílio-creche/babá, entre outros.
Apenas com o reajuste nos salários, o aumento significa uma injeção de R$ 2,7 bilhões na economia. A massa salarial anual da categoria soma R$ 62,1 bilhões.
Em âmbito nacional, a PLR da categoria injetará por volta de R$ 7,8 bilhões até março de 2024, sendo que deste total, R$ 3,7 bilhões já foram injetados em setembro, com a parcela de antecipação da PLR.
Além disso, o reajuste nos auxílios alimentação e refeição da categoria bancária terá um impacto adicional de R$ 456,9 milhões no período de um ano.
Anualmente o valor total recebido pela categoria com auxílios alimentação e refeição soma R$ 10,4 bilhões.
“A categoria bancária possui sindicatos fortes, que se unem em torno dos anseios dos trabalhadores que representam. Após a reforma trabalhista e durante a pandemia, quando muitas categorias, infelizmente, tiveram diversos direitos ceifados, nós conseguimos manter todos os direitos e ainda conquistamos aumento real nos salários”, observou Juvandia. “Isso mostra a importância de termos sindicatos fortes. E serve de alerta, não apenas para bancárias e bancários, mas para todas as trabalhadoras e trabalhadores para a necessidade de sindicalização e manutenção da luta sindical”, concluiu a presidenta da Contraf-CUT.
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