PUBLICADO EM 05 de nov de 2019

Ato com 250 sindicalistas reforça luta em defesa da unicidade

Cerca de 250 sindicalistas participaram do Ato em Defesa dos Direitos Sociais, da Justiça do Trabalho e das Entidades Sindicais, nesta segunda-feira (4), no Sindicato dos Metroviários de São Paulo. Convocado por CTB, Nova Central, CSB, CGTB e FST, a atividade frisou a importância do Artigo 8º da Constituição e da unicidade sindical, além de aprovar moções contra as ameaças de um novo AI-5 feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro, em defesa da liberdade de imprensa e da Justiça do Trabalho.

 

“Vivemos um processo de profundo retrocesso civilizatório”, afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo. “A partir do golpe de 2016, com a ascensão de Michel Temer ao Palácio do Planalto, teve início uma ofensiva inédita contra os direitos sociais, a soberania e a democracia. Estão destruindo tudo que de positivo nosso povo conquistou”.

Ao fazer um balanço de dois anos da nova lei trabalhista, vigente desde novembro de 2017, o sindicalista apontou as mentiras embutidas no discurso neoliberal usado para justificar as mudanças. Disseram que a reforma era o remédio para o desemprego, mas o que se verificou na realidade foi o crescimento avassalador da informalidade e da precarização.

Hoje sobe a mais de 30 milhões o número de trabalhadores e trabalhadoras desocupadas ou subocupadas, ou seja trabalhando por conta própria, tempo parcial e sem carteira e recebendo menos que um salário mínimo. “É uma tragédia que o governo Bolsonaro quer ampliar impondo a pulverização dos sindicatos, acabando com a unicidade sindical e instaurando o pluralismo. Se já está difícil com os sindicatos, imagine sem eles”, comentou Araújo.

Era Vargas

O presidente da Nova Central, José Calixto Ramos, observou que a unicidade sindical “adapta-se à vontade da classe trabalhadora e do movimento sindical brasileiro”. É a razão pela qual sobreviveu desde sua instituição no governo Vargas, mediante o Decreto-Lei n.º 19.770, de março de 1931, sendo consagrada na Constituição de 1988 depois de muito debate.

Já o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas Oliveira, o Bira, afirmou que a classe trabalhadora será a principal vítima do pluralismo se o governo Bolsonaro conseguir acabar com a unicidade, ao mesmo tempo em que manifestou otimismo com a luta. “Nós vamos derrubar”, ressaltou, referindo-se à proposta de pluralismo.

Bira criticou também os que falam em “acabar com a Era Vargas” (inclusive no meio sindical), um discurso que acompanha a obra golpista contra a classe trabalhadora, traduzido na destruição do Direito do Trabalho, privatizações de empresas estratégicas e entrega do patrimônio nacional ao capital estrangeiro.

Comunicação

Oswaldo Augusto de Barros, coordenador do Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST), enfatizou a necessidade de investir mais na comunicação com as bases para conscientizar os trabalhadores sobre o tema e mobilizar contra o retrocesso.

O presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, Eduardo Annunciato, o Chicão, ressaltou a necessidade de “atualizar o nosso discurso, pois o trabalhador não se se mobiliza em defesa da unicidade ou do pluralismo sindical, é preciso que ele entenda que o enfraquecimento das entidades sindicais é para prejudicá-lo, para retirar direitos, aumentar jornada e reduzir salários”. Chicão também fez um apelo para a unidade das centrais e do conjunto do movimento sindical brasileiro em defesa dos direitos sociais, da democracia e da soberania nacional.

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