O 10º diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, concluiu seu mandato de 10 anos em 30 de setembro e entregou as chaves do cargo a seu sucessor, Gilbert F. Houngbo.
As três chaves representam a estrutura tripartite única da OIT, na qual governos, trabalhadores e empregadores desempenham um papel igual na tomada de decisões.
Ryder foi eleito diretor-geral pelo Conselho de Administração da OIT em maio de 2012 e foi reeleito para um segundo mandato de cinco anos, iniciado em 2017.
“Em um mundo que parece cada vez mais inclinado a agir de maneira manifestamente injusta, cabe à OIT restabelecer o que é justo”, disse Ryder durante a cerimônia de passagem de cargo. “É com um sentimento genuíno de orgulho, de amizade, de solidariedade e de confiança no futuro da OIT sob sua orientação que encerro meu mandato passando o bastão para suas mãos.”
Ao discursar na mesma cerimônia, Houngbo disse: “Eu saúdo seu compromisso inflexível com os valores fundadores da OIT, sua busca resoluta de excelência técnica dentro do mandato da organização e seu respeito constante por nossos constituintes tripartites como fonte de conhecimento disponível de forma única para a OIT. Essas são qualidades que procurarei emular ao embarcar no mandato que me foi concedido.”
Durante seu mandato como diretor-geral, Ryder se esforçou para garantir que a OIT protegesse e defendesse os direitos de todos os trabalhadores e trabalhadoras– particularmente os mais vulneráveis. Uma série de recomendações da OIT* foi adotada com o objetivo de combater o trabalho forçado, proteger os trabalhadores e as trabalhadoras mais pobres do mundo na economia informal e reconstruir o mundo do trabalho em países que se recuperam de guerras e desastres naturais.
Outras conquistas importantes ocorreram em 2015, quando – após uma campanha mundial da OIT – a Assembleia Geral da ONU adotou o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8 sobre Trabalho Decente para Todos; e, em 2020, quando a Convenção sobre as Piores Formas de Trabalho Infantil da OIT, 1999 (Nº 182) tornou-se a primeira Convenção a ser ratificada universalmente por todos os 187 Estados membros da OIT.
A forte liderança e o compromisso pessoal de Ryder em combater a violência e o assédio sexual foram fundamentais para a adoção da inovadora Convenção sobre Violência e Assédio de 2019 (Nº 190). A Convenção Nº 190 é o primeiro instrumento internacional a tratar da questão da violência e do assédio no mundo do trabalho.
Ryder também empreendeu medidas de longo alcance para garantir que a OIT estivesse equipada para enfrentar os desafios contemporâneos e futuros, incluindo o estabelecimento da Comissão Global de alto nível sobre o futuro do trabalho, que se reuniu de 2017 a 2019. No ano do centenário da OIT, 2019 , a Conferência Internacional do Trabalho (CIT) adotou a Declaração do Centenário da OIT para o Futuro do Trabalho, que se baseou fortemente nas recomendações da Comissão e estabeleceu um roteiro para a Organização.
Um foco importante do mandato de Ryder foi maximizar a contribuição da OIT para a luta contra as mudanças climáticas, por meio de uma transição justa. A OIT foi convidada a liderar a Iniciativa de Ação Climática para Empregos, lançada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, na Cúpula de Ação Climática da ONU de 2019. A OIT agora coordena o Acelerador Global de Empregos e Proteção Social para uma Transição Justa Global Accelerator on Jobs and Social Protection for Just Transitions, estabelecido pelo secretário-geral em 2021.
Após dirigir a OIT durante a crise da COVID-19, Ryder liderou a adoção por parte da CIT do Apelo Global por Ação para uma recuperação da crise da COVID-19 centrada nas pessoas, em 2021.
Na última CIT da qual Ryder participou, em 2022, foi tomada a histórica decisão de classificar a segurança e saúde no trabalho como um direito fundamental no trabalho.
Gilbert F. Houngbo foi eleito 11º diretor-geral da Organização em março de 2022 pelo Conselho de Administração da OIT. Seu mandato começa em 1º de outubro de 2022. Os diretores-gerais da OIT podem exercer, no máximo, dois mandatos de cinco anos.
Fonte: OIT