Regulamentação da profissão de frentista será discutida hoje em comissão na Câmara dos Deputados
O SINPOSPETRO-RJ acompanhou, nesta quinta-feira (18), a operação Pressão Alta, coordenada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que tem por objetivo reduzir os riscos de acidente com o GNV nos postos de combustíveis. O diretor do sindicato Vinicius Mendonça participou ativamente da operação realizada em Teresópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Ele orientou os trabalhadores sobre a importância da operação para a segurança e a saúde da categoria.
A operação contou com o apoio do Procon-RJ, Naturgy, Ipem, Inmetro, Detro, Secretaria Municipal de Transportes e Detran. Três postos de combustíveis e uma empresa de instalação de cilindro de GNV foram vistoriados. Quatorze carros foram autuados, mas só quatro foram rebocados, para o pátio do Detro, em Seropédica. Todos os veículos apresentavam irregularidades na documentação.
O Procon-RJ autuou dois postos por comercializar produtos vencidos e um deles também não passou no teste de quantidade de combustível. Já a mecânica que realizava instalação e manutenção de kit gás foi interditada parcialmente, por não possuir o certificado de registro técnico de instaladora.
Segundo o presidente do Procon-RJ, Cássio Coelho, a operação teve por objetivo verificar irregularidades nos postos de abastecimento e nas instaladoras de GNV. Ele afirmou que o órgão pretende intensificar a fiscalização no estado.Cássio Coelho disse, no entanto, que o problema está nos carros irregulares. O presidente do Procon-RJ citou o exemplo de um veículo autuado, nesta quinta-feira, por circular com GNV, sem nenhuma documentação de instalação do cilindro. O GNV é muito importante para o Rio de Janeiro por ser barato e mais limpo que os combustíveis tradicionais, mas é preciso que seja feita a inspeção regular para segurança de todos, frisou ele.
O chefe do Núcleo Regional de Fiscalização da ANP no Rio de Janeiro, Ary Bello, destacou que a operação visa chamar a atenção das autoridades sobre os riscos no abastecimento com o GNV. De acordo com ele, em menos de oito meses foram registradas quatro explosões com cilindros de GNV no estado do Rio de Janeiro, quando a média é de um acidente por ano. Ary Bello adverte que o aumento de acidentes se deve à falta de fiscalização, já que todos os cilindros que explodiram não estavam legalizados e em condições de uso. Apesar da ANP não ter a atribuição de fiscalizar os veículos, o órgão se vê obrigado a interferir no setor para não inviabilizar o abastecimento de GNV. Por medo de acidentes, os motoristas deixarão de usar carros movidos à GNV. O combustível é muito importante para matriz energética porque polui menos e não faz sentido o Brasil inviabilizar um segmento por falta de fiscalização, afirmou Ary Bello.
OPERAÇÃO PRESSÃO ALTA
Em três dias de operação foram abordados 187 carros, 37 deles foram autuados e 24 rebocados pelo Detro. Dos dez postos fiscalizados, três foram autuados por irregularidades. Das seis instaladoras de GNV vistoriadas no período da operação, quatro funcionavam irregularmente. A primeira fase da operação foi encerrada nesta quinta-feira (18) e na próxima semana, os órgãos públicos farão um balanço para avaliar futuras fiscalizações.
SINPOSPETRO-RJ EM AÇÃO
Na próxima semana, o SINPOSPETRO-RJ vai lançar uma campanha contra a precarização da mão de obra e por mais segurança e saúde nos postos de combustíveis. Segundo o presidente da entidade, Eusébio Pinto Neto, a batalha por direitos é diária, mas a luta pela vida se torna mais urgente neste momento. Na semana passada um frentista morreu na explosão de um carro em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, e outros dois trabalhadores ficaram feridos. O sindicato está cobrando das autoridades mais fiscalização e uma legislação mais rígida com relação ao abastecimento com GNV, para proteger a vida do frentista e da sociedade.
FONTE: Sinpospetro/RJ