Depois da insistência da Graúna, na zona sul de São José dos Campos, em aplicar menos do que a inflação aos salários, os metalúrgicos entraram em greve, nesta sexta-feira (22), por tempo indeterminado. Os trabalhadores reivindicam 10,42% de reajuste, renovação de todos os direitos e regularização dos benefícios atrasados.
O alerta de que a greve seria deflagrada já havia sido dado na quarta-feira (20), com paralisação de advertência e um prazo de 48 para que a empresa avançasse nas negociações. Como a empresa não se manifestou, os trabalhadores deram início à greve.
A Graúna propõe apenas 6,5% de reajuste, o que nem mesmo repõe a inflação do período, de 10,42% (entre setembro de 2020 a agosto de 2021). Num momento em que a classe trabalhadora é penalizada com a alta do custo de vida, essa proposta é uma afronta aos metalúrgicos.
Além da recusa da empresa em repor a inflação e renovar as cláusulas sociais, há seis meses a Graúna não paga o vale-alimentação e está com o FGTS em atraso.
A Graúna produz peças para a Embraer e possui 80 funcionários. Outras empresas do setor aeronáutico, como a própria Embraer, também estão se recusando a renovar os direitos previstos na convenção coletiva.
“A empresa se mostrou bastante intransigente e omissa diante da situação dos trabalhadores. A indignação tomou conta dos metalúrgicos, que estão sem a segurança do FGTS e sem o benefício do vale-alimentação. Com essa postura arbitrária da Graúna, a resposta já foi dada. Enquanto as negociações não avançarem, os trabalhadores permanecerão em greve”, afirma o diretor do Sindicato Cristiano Souza.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos