As trabalhadoras e os trabalhadores do Conselho Regional de Técnicos em Radiologia de São Paulo (CRTR-SP) completam nesta quinta-feira (5) 20 dias de greve. A paralisação é uma resposta à falta de negociação do Conselho e à retirada de direitos promovida pela entidade.
Responsáveis pela habilitação e a fiscalização do exercício das técnicas radiológicas no estado de São Paulo, os trabalhadores cruzaram os braços desde 16 de julho e contam com o apoio do Sinsexpro (Sindicato dos Trabalhadores das Autarquias de Fiscalização do Exercício Profissional e Entidades Coligadas no Estado de São Paulo). Como a categoria está em trabalho remoto por conta da pandemia de covid-19, esta é considerada a primeira greve realizada totalmente em formato virtual.
Ao longo de quatro meses, o Sinsexpro busca, sem sucesso, a renovação do acordo coletivo da categoria. O endurecimento das negociações pelo Conselho foi baseado em alegações de dificuldades financeiras trazidas pela pandemia, que não condizem com a realidade. De acordo com o Portal Transparência do próprio CRTR-SP, consta um superávit orçamentário no valor de R$ 1.177.748,47, no ano de 2020. No mesmo ano foi registrada a maior arrecadação desde a sua fundação, contrariando o discurso da gestão atual de “iminente falência”. Apesar do recorde de arrecadação, o CRTR-SP não só retira direitos dos funcionários como prejudica o atendimento aos profissionais da radiologia.
Carlos Tadeu Vilanova, coordenador-geral do Sinsexpro, explica que neste ano o Conselho chegou a dialogar com a categoria. “Porém, quer retirar e reduzir vários benefícios, incluindo auxílio-creche, e não pretende pagar a reposição de 7,59%, que corresponde a nossa perda salarial. Este valor é medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado no Tribunal do Trabalho. A nossa data-base é 1º de maio”, diz o dirigente.
Para além da inevitável greve, empréstimos gratuitos de funcionários concursados do órgão para outros regionais contribuem para a diminuição da quantidade de efetivos e, consequentemente, trazendo prejuízos aos profissionais representados pelo CRTR-SP.
Com a hashtag #CRTRSPNenhumDireitoAMenos, as trabalhadoras e os trabalhadores protestam virtualmente todos os dias com muita disposição e combatividade, construindo uma rede de apoio ampla. Além dos atos virtuais, o movimento grevista também dialoga com os profissionais da radiologia e a sociedade a partir da divulgação de uma carta aberta na qual são detalhados os motivos da paralisação.
com colaboração de Selma Munhoz, do Sinsexpro
Fonte: CUT São Paulo