Na luta em defesa dos empregos, os metalúrgicos da Elgin completam nesta sexta-feira (25) dez dias em greve. A empresa pretende encerrar as atividades da fábrica instalada na zona leste de São José dos Campos, em janeiro de 2022, levando ao fechamento de 87 postos de trabalho.
Desde que a Elgin anunciou seus planos, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região iniciou a mobilização dos trabalhadores para pressionar a empresa a permanecer na cidade e exigir medidas concretas do Governo do Estado, Prefeitura e Câmara de Vereadores.
Caso o fechamento da fábrica se confirme, os trabalhadores reivindicam o pagamento de uma indenização social que varia entre 12 e 37 salários nominais, aumento real de 5%, R$ 5 mil de abono e extensão por 12 meses de vale-alimentação e convênio médico.
Poder público
Na segunda-feira (21), o Sindicato se reuniu com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Alberto Alves Marques Filho, o Mano. Sem apontar saída, ele afirmou que já entrou em contato com representantes da Elgin e que lá teria pouco espaço para negociar a permanência da fábrica. Até agora, o prefeito Felicio Ramuth (PSDB) não se manifestou sobre a perda de mais essa empresa.
A Câmara Municipal, representada por uma comissão de vereadores, se comprometeu a enviar uma carta ao prefeito, solicitando um levantamento sobre os benefícios fiscais concedidos à Elgin e à Movent, que deixará a cidade em agosto.
Movent
Os trabalhadores da Movent chegaram a um acordo com a empresa e encerraram a greve, na quinta-feira (24). Eles estavam parados desde o dia 16, contra o fechamento da fábrica.
Os 47 metalúrgicos receberão uma indenização social de R$ 12 mil, aviso prévio indenizado, a segunda parcela da Participação dos Lucros e Resultados (PLR) e a extensão do convênio médico e da cesta básica por nove meses, de setembro a maio de 2022.
“Depois de lucrarem muito e receberem benefícios fiscais, essas empresas viram as costas para a cidade. O poder público não pode se omitir num momento como este, em que cada empresa fechada soa como um alarme para a crise que vem se agravando. Os metalúrgicos da Elgin continuarão lutando por seus empregos”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos
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